Tic-tac, Lula, tic-tac

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 06/02/2018 11h04
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Roberto Stuckert/Divulgação - 2/11/10 Roberto Stuckert/Divulgação - 2/11/10 João Santana entre Lula e Dilma durante campanha de 2010; marqueteiros eram pagos majoritariamente via caixa 2

Mais da metade do que os marqueteiros de Lula receberam pela campanha de reeleição dele em 2006 veio de caixa 2.

A esposa de João Santana, Mônica Moura, disse ontem ao juiz Sérgio Moro que a campanha de Lula custou cerca de R$ 18 milhões, e apenas R$ 8 milhões foram pagos pelo caixa oficial.

Referindo-se a 2006, ela disse: “Nesta eleição, já recebemos parte oficial e parte caixa dois. E a Odebrecht pagou o caixa 2. Foi o primeiro ano que tivemos relação com a Odebrecht, que pagou parte no Brasil e parte no exterior.”

João Santana alegou a Moro que pediu a Lula e Antonio Palocci que não fizessem caixa 2 naquela campanha por causa do escândalo do mensalão. “Falei para o Palocci e ele concordou na primeira conversa, daquela forma diplomática de ser dele. Mas dois meses depois, ele sentou comigo e disse que seria impossível. Falou: ‘Mas tem uma forma segura para pagar não oficial. Você tem conta no exterior?”

O marqueteiro confirmou que sim e Palocci lhe apresentou então a Odebrecht, dizendo que “é de absoluta confiança.”

João Santana ainda confirmou que cobrava de Lula atrasos em pagamentos da Odebrecht, tanto na campanha dele quanto na de Dilma Rousseff. “Falei duas ou três vezes, cobrando atrasos de pagamentos que estavam ocorrendo. Ele dizia: ‘Vamos resolver’. Isso no intervalo do primeiro para o segundo turno da campanha dele e depois da campanha e na primeira eleição da presidente Dilma.”

O marqueteiro disse deduzir que Lula sabia exatamente do que estavam tratando. “Não conheci nenhum candidato que não soubesse dos detalhes financeiros de sua campanha. Os atrasos, o que ficava para depois da campanha, eram sempre caixa 2.”

E não eram só as campanhas do PT e de seus aliados na América Latina, como em El Salvador e Venezuela, que a Odebrecht bancava para garantir, obviamente, que seria contemplada com as fortunas dos contratos públicos no governo do PT.

A empreiteira entregou à Lava Jato uma planilha em que detalha o pagamento de 700 mil reais em propinas para a reforma do sítio em Atibaia usufruído por Lula pelo menos 111 vezes.

Os pagamentos em espécie foram realizados entre 16 e 30 de dezembro de 2010, quando Lula ainda era presidente da República.

E ele ainda chama os outros de “golpistas”? Haja cinismo!

O condenado no caso do triplex foi “eleito” com dinheiro sujo em evidente fraude à democracia que ele jura defender. E, além de preso, se o STF não mudar a jurisprudência para salvá-lo, será condenado de novo no caso do sítio pelo dinheiro sujo para tamanha mordomia pessoal.

Tic-tac, Lula, tic-tac.

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