Toffoli é o eterno advogado do PT

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 27/04/2018 11h16
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Toffoli é o eterno advogado do PT, que endossa, sempre que possível, as alegações dos atuais advogados

Em abril de 2015, o ministro Dias Toffoli, que foi advogado de campanha do PT, disse o seguinte à Veja sobre quem acha que ele tem uma dívida com o partido por ter sido nomeado por Lula para o STF: “É só um ignorante, um imbecil, um burro, um néscio para pensar dessa forma.”

Em junho de 2016, Toffoli mandou soltar o ex-ministro petista Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann, preso preventivamente na Operação Custo Brasil por ordem de um juiz federal de São Paulo.

Para conceder o habeas corpus, Toffoli pulou duas instâncias (TRF e STJ) sem constrangimento. Era um indicado por Lula soltando outro indicado por Lula.

Já em entrevista de fevereiro de 2016 ao portal O Tempo, Toffoli se disse desde sempre a favor da prisão após condenação em segunda instância: “Eu sempre tive comigo que não era necessário aguardar o recurso especial junto ao Superior (Tribunal) de Justiça nem o extraordinário junto ao Supremo Tribunal Federal.”

Mas seis meses depois, em agosto de 2016, Lula foi indiciado pela PF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no caso do triplex do Guarujá.

Em outubro de 2016, então, Toffoli votou contra a prisão em segunda instância.

Ou seja: em 8 meses, mudou uma posição de vida inteira e adotou uma nova que – oh, coincidência – teria favorecido Lula. Mas foi voto vencido. O plenário do STF, por 6 votos a 5, autorizou a prisão em segunda instância.

Já em maio de 2017, Toffoli votou a favor da soltura de José Dirceu, seu ex-chefinho na Casa Civil do governo Lula, que estava em prisão preventiva na Lava Jato desde agosto de 2015.

Com a ajuda de sempre de Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, Toffoli garantiu assim a Dirceu mais um ano de liberdade, talvez o último, antes da condenação em segunda instância e do esgotamento dos recursos ao TRF-4, que agora, em maio de 2018, deverá levar o ‘cadeieiro’ Dirceu de volta à cadeia.

Já em março de 2018, em julgamento interrompido do habeas corpus preventivo de Lula, Toffoli votou pelo impedimento da prisão de seu padrinho até o dia 4 de abril, quando então votou – adivinhe – pela concessão do HC, claro.

Mas foi voto vencido. O plenário do STF, por 6 votos a 5, negou o habeas corpus a Lula, que acabou preso três dias depois, em 7 de abril.

Mas Toffoli não desistiu de ajudar o padrinho. No dia 24, o ministro abriu divergência na Segunda Turma para tirar de Sergio Moro as menções da delação da Odebrecht a Lula que tratam do sítio de Atibaia e do Instituto Lula.

Novamente com a ajuda de Lewandowski e Gilmar, conseguiu assim esvaziar a ação penal em Curitiba, que estava prestes a render nova sentença condenatória, e ainda abriu brecha para a eventual anulação da sentença do triplex.

Toffoli é o eterno advogado do PT, que endossa, sempre que possível, as alegações dos atuais advogados.

E ele ainda quer fazer você acreditar que é só um ignorante, um imbecil, um burro, um néscio para pensar dessa forma.

Tomara que a delação do ex-ministro petista Antonio Palocci, fechada com a PF, seja tão avassaladora que consiga render novas condenações a corruptos e lavadores de dinheiro como Lula, furando a suprema blindagem do PT.

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