Votos dos ministros de STF e STJ mostram quem eles são
Dois anos atrás, o ex-senador Delcídio do Amaral disse em colaboração premiada que Marcelo Navarro Ribeiro Dantas foi indicado por Dilma Rousseff para o STJ com o compromisso de favorecer empreiteiros como Marcelo Odebrecht.
Ontem, “O Globo” publicou uma entrevista com o ministro Ribeira Dantas, na qual ele diz que, embora “terrível”, o instrumento da delação é “indispensável”.
“As delações são um instrumento terrível. Não sou propriamente contra elas, mas não me são simpáticas porque você usa aquilo que há de pior no ser humano, o desespero, a necessidade de tentar sair de uma situação, colocando outro que participou da empreitada criminosa dele, ou não, no fogo. Mas reconheço que é um instrumento de política criminal hoje indispensável.”
Ribeiro Dantas disse também: “Quando vaza uma delação, apesar de os casos serem, em sua maior parte, sigilosos, o alvo é exposto. Muitas vezes as afirmações não se comprovam. O processo finda com o delatado não sendo processado ou sendo absolvido, mas a vida dele já foi prejudicada.”
O inquérito sobre Ribeiro Dantas foi arquivado, porque a Polícia Federal não encontrou provas.
Em outras palavras: não valeram como provas os votos (felizmente vencidos) de Ribeiro Dantas a favor da libertação de Marcelo Odebrecht e de Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez.
Já os ministros do STF Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski nunca foram alvos de uma delação sobre favorecimento a políticos do PT.
Se fossem, tampouco valeriam como provas os votos de ambos a favor da libertação de José Dirceu e Antonio Palocci e do habeas corpus preventivo a Lula.
Processos criminais requerem provas de crimes.
As nossas opiniões sobre os objetivos e compromissos de ministros do STJ e do STF, felizmente, só precisam da análise combinada de seus currículos, indicações e decisões.
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