Filhos do ditador egípcio Hosni Mubarak saem da prisão
Cairo, 23 jan (EFE).- Os filhos do ditador Hosni Mubarak, Alaa e Gamal, saíram nesta sexta-feira (data local) da prisão de Tora, no Cairo, a capital do Egito, horas depois que a Justiça decidiu libertá-los, informaram à Agência Efe fontes de segurança.
As fontes explicaram que a polícia interrompeu o trânsito para facilitar a passagem do veículo que transportava os filhos de Mubarak.
No entanto, não especificaram o destino de Alaa e Gamal, que estavam presos desde 2011, quando explodiu uma revolta popular que forçou a renúncia de seu pai.
O Tribunal Penal do Cairo decidiu hoje a libertação de Alaa e Gamal, que estavam presos à espera da repetição de seu julgamento por suposta apropriação indevida de recursos públicos.
Fontes jurídicas informaram à Efe que a decisão responde a um pedido realizado pelo advogado de Alaa e Gamal, Farid al Dib, e que a corte exigiu que a localização de ambos seja informada à Justiça o tempo todo.
Além disso, a medida foi adotada porque os filhos de Mubarak já cumpriram o período máximo de prisão preventiva, que no Egito é de 18 meses.
Dib pediu a libertação de ambos depois que o Tribunal de Cassação anulou, no dia 13 de janeiro, a última condenação de Mubarak e seus filhos, de três e quatro anos de prisão, respectivamente, pelo caso de desvio de recursos públicos.
Por sua vez, o procurador-geral do Egito, Hisham Barakat, anunciou hoje que não recorrerá da decisão do Tribunal Penal de libertar Alaa e Gamal Mubarak.
Segundo a agência estatal de notícias “Mena”, Barakat garantiu que está “com as mãos completamente atadas” e não pode tomar nenhuma ação contra os acusados no caso, já que não há nenhum mecanismo com o qual se possa recorrer da decisão.
Por enquanto, não se sabe se Mubarak também será libertado. O ex-presidente egípcio foi deposto no dia 11 de fevereiro de 2011, e atualmente está em prisão domiciliar em um hospital militar do Cairo.
O Tribunal de Cassação do Egito determinou a repetição do julgamento no caso em que a família Mubarak é acusada da apropriação indevida de 125 milhões de libras egípcias (US$ 17 milhões), atribuídos ao orçamento dos palácios presidenciais.
Quando foi divulgada essa decisão, o advogado já tinha dito que seus clientes tinham que ser libertados imediatamente, mas o Ministério do Interior informou que eles permaneceriam detidos até uma decisão da Procuradoria Geral ou do novo júri encarregado de repetir o julgamento.
No dia 29 de novembro, outro tribunal absolveu Mubarak e seus filhos de dois casos de corrupção vinculados à venda irregular de gás para Israel (por falta de provas) e à aquisição de cinco mansões na cidade de Sharm el-Sheikh (pela prescrição do crime). EFE
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