Filial suíça do HSBC anuncia “transformação radical” para evitar fraudes
Genebra, 9 fev (EFE).- A filial suíça do banco britânico HSBC, acusada de ajudar milhares de clientes de todo o mundo a evitar o pagamento de impostos, afirmou nesta segunda-feira que mudou após constatar uma série de falhas reveladas pela imprensa internacional.
Em comunicado divulgado hoje, o diretor-geral da filial, Franco Morra, afirmou que a entidade está realizando “uma transformação radical” para impedir que a instituição seja utilizada para exercer atividades de lavagem de dinheiro e de fraude fiscal.
“O HSBC acolheu um certo número de clientes que não estavam totalmente de acordo com suas obrigações fiscais. A cultura de aceitação e os padrões de bom comportamento eram claramente mais baixos dos que os de hoje”, admitiu o banco.
As fraudes e os nomes dos envolvidos, batizados de “Lista Falciani”, foram publicadas hoje por um consórcio de mais de 50 meios de comunicação, liderados pelo jornal francês “Le Monde”.
Segundo as informações divulgadas pela imprensa internacional, pelo HSBC teriam passado US$ 180 bilhões que serviram para a fraude fiscal, a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo internacional.
Hervé Falciani, técnico de informática italiano que trabalhava na filial suíça do HSBC, repassou informações bancárias de milhares de clientes às autoridades francesas, que, então, compartilharam com outros países europeus.
De acordo com Morra, a nova direção do banco fez uma análise profunda de todos os negócios, encerrando as contas que não correspondiam aos padrões da entidade.
A filial indicou que não está interessada em trabalhar com clientes que não cumprem com suas exigências em relação à criminalidade financeira. E afirmou que aumentou os controles internos para evitar a reprodução dos mesmos erros.
O diretor-geral ressaltou que as práticas do passado reveladas hoje devem servir de alerta e lembrar a todos que este modelo dos bancos privados da Suíça não é mais aceitável.
A Suíça não abriu processos judiciais contra o HSBC e seus diretores. A instituição do país responsável por regular a atuação dos bancos também não tomou atitudes sobre o fato. As autoridades nem mesmo solicitaram acesso às informações divulgadas.
A única ação sobre o caso na justiça suíça sobre o assunto é contra Falciani, acusado de espionagem financeira, de violar o sigilo bancário e o segredo comercial, e de apropriação indevida de dados dos clientes.
A Suíça pediu à Espanha a extradição de Falciani, onde ele tinha sido detido após uma ordem internacional de captura solicitada pelas autoridades do país.
A Audiência Nacional da Espanha rejeitou a extradição argumentando que Falciani apenas revelou as ações ilegais do banco. EFE
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