Freiras continuariam sequestradas, diz fonte catariana
Beirute, 9 mar (EFE).- A entrega às autoridades libanesas das freiras sequestradas há quase três meses na Síria foi adiada e elas seguem em mãos de seus sequestradores por “divergências sobre as condições para sua libertação”, disse neste domingo à Agência Efe um porta-voz da embaixada do Catar no Líbano.
A fonte afirmou que as 13 religiosas estão atualmente na fronteira entre o Líbano e a Síria, onde negociações estão sendo mantidas entre os sequestradores e o chefe da Segurança libanesa, general Abbas Ibrahim.
O Catar também está intermediando a libertação das freiras. A agência de notícias nacional libanesa, ANN, havia informado anteriormente que Ibrahim e o chefe da Inteligência catariana, Ganem al Kubaisi, haviam cruzado o território sírio desde a cidade libanesa de Arsal para receber as religiosas.
Durante toda a tarde foram transmitidas notícias confusas sobre o paradeiro das freiras, que várias fontes deram por libertadas.
Anteriormente, o presidente do Conselho Ortodoxo libanês, Robert Eid, indicou à Agência Efe que as freiras estavam em Arsal com as forças de segurança libanesas.
A televisão oficial síria anunciou a libertação das mulheres, que foram “sequestradas por terroristas”, e disse que sua chegada é esperada para breve no Líbano, através do posto fronteiriço de Yadid Yabus.
Uma fonte da Nunciatura vaticana em Damasco informou à Efe que as religiosas se encontram na parte libanesa da fronteira, mas alertou que ainda não pode afirmar “que tenham sido efetivamente liberadas” à espera de obter uma confirmação oficial.
Nesse sentido, Ibrahim revelou que a entrega das religiosas às autoridades do Líbano acontecerá nesta noite, sem dar mais detalhes, segundo a agência nacional de notícias libanesa, ANN.
As freiras desapareceram do convento de Santa Tecla durante a tomada pelos rebeldes da população de maioria cristã de Malula (ao norte de Damasco), em 2 de dezembro passado.
O regime do presidente sírio, Bashar al Assad, acusou “terroristas”, como chama os opositores, de terem sequestrado as religiosas, que mais tarde foram transferidas à cidade de Yabrud, perto da fronteira com o Líbano.
O grupo insurgente que está com as freiras exigiu, em janeiro, a libertação de 200 presas pelo sírio em troca de sua libertação.
Eid disse, então, que as freiras se encontravam em mãos de uma organização insurgente, que não quis identificar por motivos de segurança, cujo líder era de nacionalidade kuwatiano e respondia ao apelido de Abu Anyan.
O contato com os sequestradores foi perdido na quarta-feira passada após uma série de bombardeios aéreos do exército sírio contra Yabrud, a cidade mais importante da região de Al Qalamun que ainda não foi recuperada pelas autoridades.
Pelo menos 14 combatentes islamitas morreram em confrontos com as tropas governamentais em Yabrud e em seus arredores, ontem, na ofensiva lançada desde novembro pelo regime para cortar a entrada de provisões aos rebeldes desde o Líbano.
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