Governo apoia projeto para que escolas ensinem que “Israel é um estado judeu”

  • Por Agencia EFE
  • 09/02/2014 20h42

Jerusalém, 9 fev (EFE).- O Conselho de ministros de Israel aprovou neste domingo uma polêmica proposta de lei que pretende as escolas ensinem o conceito que “Israel é um estado judeu” e rejeitou outra que pretendia estender a legislação israelense às colônias judaicas em território palestino para anexá-las de fato a Israel.

A aprovação chega em um momento delicado das negociações promovidas pelo secretário de Estado americano, John Kerry, sacudidas pela insistência israelense de incluir entre as cláusulas do acordo o reconhecimento de Israel como estado judeu.

Uma condição à qual se opõem frontalmente os palestinos, que lembram que esta nunca foi condição para fazer a paz com outros países árabes, caso de Egito e Jordânia.

A polêmica proposta foi apresentada por Shimon Ohayon, deputado do partido Likud Beytenu, que argumentou que um dos objetivos da educação pública deve ser “fortalecer a ideia que o Estado de Israel é o estado da nação judia”.

“Chegou o momento de dizê-lo claramente e educar estas e as futuras gerações na ideia de que o Estado de Israel é o país do povo judeu, com o qual sonhamos durante mais de dois mil anos”, afirmou.

“Tivemos o privilégio de ver este sonho realidade e que só pertença aos judeus. Todos os habitantes terão direitos plenos, mas é o estado do povo judeu”, afirmou.

O projeto, que foi aprovado para leitura preliminar e ainda precisa percorrer um longo caminho para chegar ao parlamento e ser aprovado definitivamente, topou com as reservas de alguns dos ministros de centro, temerosos que menospreze o que consideram valores democráticos da educação israelense.

A este respeito, o jornal local “Jerusalem Post” revelou que o comitê legislativo do governo espera um relatório encarregado à professora Ruth Gavison pela ministra da Justiça, Tzipi Livni sobre o equilibro dos conceitos de judaísmo e democracia.

Hoje o comitê legislativo do governo rejeitou uma polêmica proposta da deputada Miri Regev, membro também do Likud Beytenu, que pretendia garantir a futura anexação de colônias judaicas na Cisjordânia.

Intitulada “Aplicação da lei israelense em todos os assentamentos dos territórios da Judéia e Samaria”, nomes bíblicos da Cisjordânia, a proposição pretendia que as colônias, umas 200, assim como seus acessos desde Israel, ficassem sob plena jurisdição israelense e não sob regime militar como até agora.

O território da Cisjordânia, que os palestinos reivindicam junto com Jerusalém Oriental e Gaza para seu futuro Estado independente, está desde 1967 (depois da Guerra dos Seis Dias) sob regime militar, por isso toda decisão depende em última instância do comandante do exército na região e do Ministério da Defesa.

Regev argumentava que os palestinos ventilam declarar um estado independente de forma unilateral e pedir o reconhecimento internacional, por isso que com este projeto “Israel poderá se desvincular de suas responsabilidades nos territórios palestinos e, ao mesmo tempo, não descuidar de suas responsabilidades nos lugares de maioria judaica”. EFE

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