Governo venezuelano confirma morte de 13 detentos em prisão por intoxicação

  • Por Agencia EFE
  • 27/11/2014 03h48

Caracas, 26 nov (EFE).- O governo da Venezuela confirmou nesta quarta-feira a morte de 13 presos por consumo indevido de remédios e que outros 145 estão sendo atendidos por intoxicação em uma prisão do oeste do país, enquanto a ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) garante que o número de mortos até agora é de 21.

“Informamos a lamentável morte de 13 internos, enquanto isso o pessoal médico está se esforçando para reanimar os outros que foram intoxicados”, diz um comunicado do Ministério de Serviços Penitenciários divulgado hoje ao se referir ao episódio ocorrido em uma prisão no estado de Lara.

O Ministério também afirmou que, segundo outros presos, “alguns detentos conseguiram entrar no posto de saúde e invadiram a área de enfermaria. Depois ingeriram múltiplos remédios tais como: antibióticos, anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, antiepilépticos, álcool absoluto, entre outros”.

Na sequência, acrescentou que essa situação “causou a intoxicação de um grupo grande de detentos”, 145 pessoas, que “foram devidamente atendidos pelo pessoal de saúde”.

O motivo pelo qual os presos tomaram tal atitude, segundo o Ministério de Serviços Penitenciários, tem a ver com um protesto iniciado por um grupo na segunda-feira passada, que decidiu fazer greve de fome para pedir a saída do diretor da prisão.

O diretor do OVP, Humberto Prado, disse à Agência Efe que o número de mortos na prisão era de 17, enquanto outros quatro internos que foram transferidos ao internato judicial de Tocorón, no estado de Aragua, também morreram pela mesma razão, o que eleva o número de óbitos para 21.

“Temos informação de 17 mortes em Lara e quatro em Maracay (Aragua), além de 90 intoxicados que estão hospitalizados”, disse Prado, que mais cedo informou à Efe sobre a existência de 13 mortes nessas prisões por intoxicação medicamentosa.

Em 2012, o governo da Venezuela decretou emergência “em matéria de infraestrutura carcerária” para a recuperação e construção de novas prisões, depois que 304 presos morreram e 527 ficaram feridos nas carceragens no primeiro trimestre daquele ano.

Desde então, o governo aplicou medidas disciplinares rígidas para acabar com a violência e erradicar as gangues de detentos.

No entanto, o OVP denunciou em agosto deste ano que 150 presos morreram e 110 ficaram feridos no primeiro semestre e afirmou que “os graves problemas nas prisões continuam sem solução” e que o governo quer reverter a situação com “um regime militar”. Segundo essa ONG, 506 presos morreram nas prisões da Venezuela em 2013. EFE

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