Grécia assume parte das exigências, mas rejeita permanência do FMI

  • Por Agencia EFE
  • 12/07/2015 18h08
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<p>Parlamento da Grécia nesta quinta-feira</p> Reuters Parlamento da Grécia

O governo da Grécia assumiu neste domingo que terá que aceitar boa parte das duras medidas postas sobre a mesa por seus sócios da zona do euro como condição para conseguir um terceiro resgate, mas também rejeita questões-chave como a participação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Há várias questões sobre a mesa de grande importância. Achamos que, no final, se trata de tentar chegar a compromissos, de vontade política”, disseram fontes do Executivo grego em Bruxelas.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, defendeu perante seus colegas durante a cúpula do euro que flexibilizem a posição pactuada no encontro de ministros de Economia e Finanças da zona do euro, um documento muito detalhado no qual várias questões permanecem ainda abertas.

Por outro lado, já foram pactuados “requisitos mínimos para iniciar as negociações com as autoridades gregas”, que devem ser aprovados antes da quarta-feira, para que a zona do euro dê seu sinal verde ao início das conversas para um terceiro resgate para a Grécia.

Tsipras transferiu a seus sócios a urgência de que se tome hoje uma decisão firme, que sirva de base ao Banco Central Europeu (BCE) para aumentar amanhã as linhas de liquidez de emergência das quais se alimentam os bancos gregos.

Atenas alega que, após duas semanas de feriado bancário imposto pelo governo, a situação do setor é muito precária e a necessidade de aumentar sua liquidez, real.

Para tanto se compromete com “reformas ambiciosas da previdência” para assegurar sua sustentabilidade, ajustes no IVA (imposto sobre valor acrescentado), um ambicioso plano de privatizações e uma revisão da legislação trabalhista em questões delicadas como demissões coletivas.

Para o governo da Grécia, os principais pontos de desacordo são a participação do FMI em um futuro programa, que os sócios do euro estimam que poderia necessitar de entre 82 bilhões e 86 bilhões de euros.

Outro “grande problema” para Atenas é a proposta alemã de criar um fundo fiduciário com ativos públicos gregos no valor de 50 bilhões de euros, com o objetivo de privatizá-los ao longo do tempo e reduzir a dívida.

A referência à criação deste fundo está entre colchetes, ou seja, aberta a discussão e não pactuada, e como alternativa se propõe a criação de uma autoridade “independente” que supervisione e analise os preços dos ativos do plano de privatizações que os sócios exigem de Atenas, para assegurar-se que serão executados após anos de atrasos.

O governo liderado por Tsipras considera esse número exagerado, devido à situação da economia grega, que praticamente não saiu da recessão desde 2007.

Atenas também insiste na necessidade de que se mantenha a possibilidade de aplicar um perdão sobre sua dívida, ponto no qual o documento do Eurogrupo é claro em sua rejeição.

A Grécia também não está disposta a optar por sair da zona do euro para ter acesso a uma reestruturação de sua dívida, como também sugere o documento em outro dos termos que não foram ainda pactuados.

As fontes governamentais também rejeitaram que existam contatos entre os partidos para uma mudança na coalizão governante, devido às tensões que as propostas postas sobre a mesa pelos sócios europeus criaram no seio do Syriza.

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