Greenpeace pede a Hong Kong que freie tráfico de vaquita

  • Por Agencia EFE
  • 28/05/2015 10h25

Hong Kong, 28 mai (EFE).- A organização ambientalista Greenpeace pediu nesta quinta-feira ao governo de Hong Kong que pare com o comércio ilegal de espécies protegidas da fauna marinha entre o México e a China, que está provocando a extinção da vaquita, o menor cetáceo do mundo, com menos de cem exemplares no mundo.

Através de um protesto realizado no aeroporto de Hong Kong, ativistas da organização meio ambiental na Ásia pediram ao governo do território que freio além da fronteira o tráfico ilegal de espécies como o peixes totoaba, também em perigo de extinção e cuja pesca prejudica a vaquita.

Ambas espécies vivem no golfo da Califórnia, apesar da totoaba ter mais demanda no mercado da China.

Para muitos chineses essa espécie tem propriedades medicinais e pode combater problemas circulatórios, de fertilidade e dermatológicos, o que faz com que seu preço seja muito alto.

A pesca da totoaba, estritamente limitada por se tratar de uma espécie em perigo de extinção, é a principal ameaça para a vaquita, que acaba presa nas redes de pesca.

Isso a transformou em uma das espécies em maior perigo de desaparecer do planeta, segundo a CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres) e o governo do México.

“Hong Kong se transformou em um centro para o comércio ilegal de produtos, com resultados devastadores para espécies como a vaquita, quase extinta,” disse à Agência Efe Gloria Chang, responsável do Greenpeace na Ásia oriental.

Segundo o Greenpeace, este negócio é repartido entre máfias do norte do México, onde a espécie é pescada, que depois é comercializada nos Estados Unidos antes de chegar em Hong Kong, desde onde é distribuída principalmente à China.

Em todo caso, há constância de redes ilegais de distribuição que operam diretamente desde Estados Unidos e China, disse Chang.

O escritório do Greenpeace para a Ásia Oriental realizou duas investigações em Hong Kong em fevereiro e abril deste ano para saber a magnitude do comércio de partes da totoaba na cidade.

Através de uma câmera oculta, localizaram pelo menos 13 lojas, tanto de vendas por atacado como no varejo, onde podiam conseguir estes produtos garantindo que seu lugar de origem eram as águas do México, segundo disse Chang.

Um dos comércios oferecia 446 gramas deste produto por US$ 64,5 mil.

A ONG também afirmou que alguns traficantes chegaram a pagar até US$ 645 mil por algum destes produtos, segundo denunciou a organização.

“Se não for feito nada agora, acreditamos que a vaquita desaparecerá em 2018”, advertiu Chang.

Segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais do governo do México restam menos de 100 exemplares da espécie de vaquita no mundo, que o Greenpace enumerou em 97, citando fontes de CITES, acrescentou Chang.

A espécie reduziu de 600 exemplares em 1997 a 150 em 2007, uma queda de 70% em uma década, segundo dados do centro de conservação marítima Cousteau.

Estudos estimam que entre 40 e 80 vaquitas morrem nestas redes a cada ano, o que supera o número de filhotes que nascem por ano.

O país americano apresentou em fevereiro um plano para a recuperação desta espécie endêmica do golfo da Califórnia, que inclui sanções para a pesca com redes destrutivas no habitat da vaquita.

O Greenpeace pede medidas de ação mais fortes, que envolvam os governos dos Estados Unidos, México, Hong Kong e China. EFE

ifs/ff

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