Greenpeace protesta em São Paulo contra desconto na conta de água de empresas

  • Por Agencia EFE
  • 20/03/2015 15h31

São Paulo, 20 mar (EFE).- A organização Greenpeace organizou um protesto nesta sexta-feira contra a gestão da crise hídrica de São Paulo pelo benefício que 537 grandes empresas recebem através de descontos na conta de água, enquanto parte da população sofre com o racionamento.

Ao todo, 25 ativistas se manifestaram na Avenida Paulista, em frente ao prédio do Banco Safra, na ação “Água para Quem?”. De acordo com o Greenpeace, o banco é um dos que obtém um contrato que premência o consumo em plena crise. Quanto maior é o consumo, menor é o preço pago por litro de água, denunciou a entidade ecologista.

“Neste momento de crise hídrica é absurdo que, enquanto a população tem a torneira fechada todos os dias, ainda haja grandes consumidores que usem litros e litros por mês e ganhem descontos por isso. Nossa reivindicação é pelo fim dos descontos”, disse Pedro Telles, coordenador de Campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

Consultado pela Agência Efe, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ressaltou que desde o início da crise hídrica “a exigência do consumo mínimo para os clientes de contratos de demanda firme foi suspensa”.

Os grandes consumidores, entre eles shoppings, hotéis e a própria Bolsa de Valores de São Paulo, tinham inicialmente caráter de monopólio de provisão por parte da Sabesp. De acordo com a companhia de água, estas empresas já foram autorizadas a empregar outras fontes de abastecimento, como poços e caminhões-pipa.

“Todos os clientes foram visitados pessoalmente e receberam orientações para evitar o esbanjamento e contribuir na redução do consumo diante da crise hídrica. O resultado foi uma redução de 23% do volume consumido”, declarou um representante da Sabesp.

No entanto, para o Greenpeace este tipo de contrato representa um privilégio para grandes consumidores, muitos deles ser ter a água como questão primária de sua atividade.

“É um claro privilégio em detrimento da população”, ressaltou Telles.

Para protestar contra esta situação, os ativistas montaram uma cerca em frente ao Banco Safra para mostrar “a segregação dos que têm água e os que não” e nela colocaram o nome de algumas das empresas beneficiadas pelos descontos da Sabesp, que chegam a ser de até 75%. EFE

ass/cdr

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