Grupo de ativistas quer abrir primeira escola gay britânica em 2018

  • Por Agencia EFE
  • 16/01/2015 10h49

Londres, 16 jan (EFE).- Um grupo de defesa dos direitos dos homossexuais anunciou nesta sexta-feira a intenção de abrir, dentro de três anos, a primeira escola do Reino Unido para alunos da comunidade LGBT.

A ideia parte do ramo juvenil do movimento LGBT (lésbica, gays, bissexuais e transgênero) no noroeste do país, que prevê estabelecer um centro com 40 classes permanentes em Manchester, norte da Inglaterra, para 2018.

“Trata-se de salvar vidas”, declarou ao jornal “The Daily Telegraph” a diretora da LGBT Youth North West, Amelia Lee.

A ativista assegurou que as leis atuais não servem para proteger os homossexuais da homofobia, ao mesmo tempo que denunciou que os casos de assédio nas escolas são “incrivelmente comuns”.

“Isto leva os jovens a se sentir isolados e alienados, o que frequentemente desemboca em absentismo escolar ou, no pior dos casos, em suicídios”, disse Lee.

Em declarações a esse mesmo meio, o deputado conservador e ex-ministro de Educação Tim Loughton advertiu que a medida poderia instaurar a segregação no sistema educacional britânico.

“Necessitamos fazer muito mais para combater o assédio homofóbico e criar uma sociedade mais tolerante. Não acho que a segregação de um grupo de jovens por sua sexualidade possa ajudar a gerar entendimento e colaboração”, opinou o político “tory”.

Segundo Loughton, a via para conseguir “mais integração, compreensão e empatia” não está na “separação de membros de um grupo”, uma medida, disse, que suporia “um passo para atrás para” conseguir uma sociedade mais tolerante.

Com relação a isso, a LGBT Youth North West sustenta que o sistema educacional britânico não está preparado para abordar questões relacionadas com a identidade sexual do aluno.

“Os professores nas escolas tradicionais têm problemas para tratar assuntos relacionados com o assédio e para abordar casos de estudantes que querem revelar sua condição sexual”, apontou Lee, que considerou que as escolas são “o último reduto da homofobia”.

A ativista lembrou o recente caso da jovem de 14 anos Elizabeth Lowe, que se suicidou em um parque de Manchester porque, entre outros motivos, temia “sair do armário” e se preocupava a reação de seus pais. EFE

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