Guatemaltecos comemoram nas ruas renúncia de Pérez Molina

  • Por Agencia EFE
  • 03/09/2015 11h20

Guatemala, 3 set (EFE).- Vários grupos de guatemaltecos começaram a comemorar nesta quinta-feira a renúncia do presidente, Otto Pérez Molina, de quem foi retirada a imunidade e sobre quem pesa uma ordem de detenção, após ser acusado de liderar uma rede de corrupção aduaneira.

Os cidadãos começaram a se reunir para festejar o que consideram “um fato histórico” nos arredores da Torre de Tribunais, na capital, onde se espera que Pérez Molina se apresente à Justiça, por sua própria vontade ou obrigado pelas forças de segurança.

“Acabou, acabou, este governo militar corrupto”, “Ladrão” e “Vêm mais batalhas e vamos ganhá-las” foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes, que agitavam a bandeira nacional e ouviam as buzinas dos veículos que passavam em sinal de alegria.

Outro grupo de cidadãos se concentrou para a comemoração no parque central, perto do Palácio Nacional da Cultura, uma das dependências do governo.

Pérez Molina renunciou ontem no final da noite ao cargo, após ser acusado no dia 21 de agosto pelo Ministério Público (MP) do país e pela Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig) de liderar a rede de corrupção aduaneira “La Línea”.

Por este caso há 28 pessoas presas, entre elas sua ex-vice-presidente Roxana Baldetti (2012-2015).

O ex-governante tem também desde ontem uma ordem de captura expedida contra si, embora por enquanto se desconheça se será executada ou ele se apresentará de forma voluntária ao juiz instrutor do caso.

Um dos cidadãos que comemorava a renúncia, o advogado Rafael Novielli, disse à Agência Efe que justamente quando ia dormir soube da “boa” notícia, portanto não duvidou em “pular da cama” e ir celebrar “um momento único”.

“Agora sim vai enfrentar o devido processo, como sempre argumentou Pérez Molina”, disse Novielli agitando sua bandeira e com um sorriso no rosto.

Junto ao advogado, Sofía Galindo, uma dona de casa que foi para a rua com a filha nos braços, disse à Efe que a Guatemala tem “alguma coisa para agradecer ao ex-governante, porque há muito tempo que não tínhamos presidente e ele conseguiu unir o povo”. EFE

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