HRW denuncia que coalizão árabe usa bombas de fragmentação no Iêmen

  • Por Agencia EFE
  • 03/05/2015 07h53
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Cairo, 3 mai (EFE).- A Human Rights Watch (HRW) denunciou neste domingo que a coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita usou bombas de fragmentação, proibidas e fornecidas pelos Estados Unidos, em seus bombardeios aéreos contra as posições dos rebeldes houthis no Iêmen.

Em comunicado, a HRW ressalta que as bombas de fragmentação são uma “perigo a longo prazo para os civis” e estão proibidas pelo convenção adotada em 2008 por 116 países, entre os quais não figuram nem Arábia Saudita e nem EUA.

O uso destas bombas aconteceu, segundo vídeos e fotografias aos quais teve acesso a organização, na província setentrional de Saada, reduto dos houthis e na fronteira com a Arábia Saudita.

“Os bombardeios liderados pela Arábia Saudita com bombas de fragmentação ocorreram em zonas próximas a povos, pondo em perigo a população local”, lamenta Steve Goose, o encarregado da HRW na questão armamentista.

Goose afirma que essas armas “não devem ser usadas sob nenhuma circunstância” e acusa a Arábia Saudita e os outros membros da coalizão, assim como o fornecedor, EUA, de zombar do “padrão global que rejeita as bombas de fragmentação por sua ameaça a longo prazo para a população civil”.

Estas bombas contêm dezenas ou centenas de munição, que estão desenhadas para explodir após se espalhar em uma ampla zona, apresentando em situação de perigo a qualquer pessoa que esteja na área e, as que não explodem, se transformam em minas.

Nas fotografias obtidas pela HRW da zona de Al Safraa, em Saada, foram identificados, entre outros, os restos de duas armas ativadas por sensor CBU-105, fabricadas por Textron Systems Corporation e fornecidas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos pelos EUA nos últimos anos.

A HRW não pôde verificar se estes ataques aéreos com bombas de fragmentação no Iêmen causaram vítimas.

A nota da organização lembra que o porta-voz da coalizão árabe, o general saudita Ahmed al Asiri, negou no começo da ofensiva que a aviação esteve utilizando estas bombas.

A coalizão árabe iniciou seus bombardeios contra os houthis em 26 de março, e embora recentemente tenha dado por finalizada essa fase da operação, segue efetuando ataques aéreos.

Uma convenção assinada em 2008 e que entrou em vigor em 2010, proíbe expressamente o uso, produção, armazenamento e exportação de todo tipo de bombas de fragmentação sem exceções, mas não foi adotada pelos principais produtores deste armamento. EFE

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