Igreja Mórmon dos EUA reconhece que seu fundador teve até 40 esposas

  • Por Agencia EFE
  • 12/11/2014 00h40

Washington, 11 nov (EFE).- A Igreja Mórmon reconheceu pela primeira vez em sua história que seu fundador, Joseph Smith, teve entre 30 e 40 esposas, entre elas uma de 14 anos, de acordo com uma série de ensaios oficiais que nesta terça-feira foram repercutidos por vários meios de comunicação americanos.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, como é formalmente chamada essa confissão religiosa com sede no estado de Utah, nos Estados Unidos, publicou em outubro a informação em um ensaio que acabou passando despercebido, mas que hoje foi recuperado por vários veículos da imprensa local e nacional.

Até agora, a Igreja Mórmon só tinha reconhecido uma esposa – chamada Emma – do profeta que a fundou no século XIX, e tal revelação se encaixa com a prática de poligamia que a igreja abandonou formalmente em 1890, mas que continuou vinculada com essa confissão na cultura popular dos Estados Unidos.

A divulgação dessa informação faz parte de um esforço da Igreja Mórmon para ser mais transparente em relação a sua história devido às acusações que surgiram sobre o tratamento de mulheres e minorias dentro dessa religião, segundo uma análise do jornal “Boston Globe”.

Smith teve entre 30 e 40 esposas com idades entre 14 e 56 anos, embora a maioria delas tivesse entre 20 e 40 anos e algumas também eram casadas com amigos do profeta, segundo o texto.

É provável que Smith não mantivesse relações sexuais com todas as mulheres porque muitas estavam “reservadas” para sua vida no céu, mas essa poligamia causava um “sofrimento insuportável” a sua primeira esposa, Emma, de acordo com o ensaio.

Smith se voltou para a poligamia durante suas leituras do Antigo Testamento em 1831, quando descobriu que muitas figuras bíblicas, como Abraão, Davi e Salomão, tiveram mais de uma esposa.

“A mesma revelação que ensinava sobre o casamento plural fazia parte de uma revelação mais ampla que Joseph Smith teve. O Casamento podia durar até depois da morte e esse casamento eterno era essencial para herdar a plenitude que Deus deseja para seus filhos”, afirma o texto.

Estima-se que cerca de 40 mil moradores de Utah mantêm hoje casamentos polígamos, apesar de a Igreja Mórmon insistir que não são membros de sua confissão, que em 1890 rejeitou a poligamia por causa da pressão do governo americano e, desde então, excomunga àqueles que a praticam. EFE

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