Indonésia inicia transferência de presos condenados à morte para sua execução
Bangcoc, 4 mar (EFE).- As autoridades da Indonésia realizaram na noite de terça-feira a mudança de quatro presos condenados à morte por tráfico de drogas para as dependências anexas ao local onde serão executados, informou nesta quarta-feira a imprensa local.
Fazem parte da segunda rodada de execuções, que o novo governo indonésio retomou em janeiro, dois australianos, um filipino e um nigeriano, segundo o jornal “Jakarta Post”. No entanto, não há menção ao brasileiro Rodrigo Goulart, também condenado à pena capital por tráfico de drogas.
Os presos já se encontram na ilha-prisão de Nusakambangan, no sul da ilha de Java, onde os condenados serão executados por um pelotão de fuzilamento em uma data ainda não marcada.
O procurador-geral da Indonésia deve informar aos sentenciados, com 72 horas de antecedência, sobre a futura execução de suas penas.
O governo australiano, por sua vez, insistiu hoje que vai continuar lutando para salvar a vida dos dois cidadãos do país condenados à morte e de outros oito, de diferentes nacionalidades.
“Não perderei as esperanças, seguirei fazendo as representações (diplomáticas correspondentes). Farei tudo o que for possível para buscar uma mudança em seus corações, em suas mentes”, disse à emissora australiana “ABC” a ministra das Relações Exteriores do país, Julie Bishop.
Um grupo de 42 organizações de defesa dos direitos humanos também pediu nesta quarta-feira que o presidente da Indonésia, Joko Widodo, suspenda as execuções, reinstale uma moratória e acabe com a pena capital no país, em carta dirigida ao chefe do Executivo.
O grupo de ONGs afirmou no documento que “não há evidência empírica conclusiva que a imposição da pena de morte por crimes relacionados com as drogas tenha um efeito dissuasório sobre o tráfico e consumo de entorpecentes”.
Ainda não há informações sobre quando serão transferidos os outros seis condenados à morte por narcotráfico, entre eles o brasileiro Rodrigo.
No dia 18 de janeiro, seis condenados, entre eles outro brasileiro, Marco Archer Cardoso Moreira, uma indonésia, um holandês, dois nigerianos e um vietnamita, foram executados por pelotões de fuzilamento integrados por 12 pessoas em duas penitenciárias do centro da ilha de Java.
O governo indonésio pediu respeito às suas leis e defendeu o uso da pena capital como medida dissuasória na luta contra o tráfico de drogas.
Widodo, que antes era visto como um reformista pró-direitos humanos, se mostrou inflexível e insistiu que não concederá clemência aos condenados por tráfico de drogas. EFE
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