Inflação nos EUA baixou 0,3% em novembro, maior queda mensal desde 2008
Washington, 17 dez (EFE).- O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos baixou 0,3% em novembro, a maior queda mensal desde dezembro de 2008, e a inflação ficou em 1,3% anualizada, informou o Departamento de Trabalho nesta quarta-feira.
Os economistas tinham previsto uma redução de 0,1% no mês passado, depois de os preços terem se mantido estáveis em outubro.
A queda do índice em novembro foi a maior desde dezembro de 2008 e se deveu fundamentalmente a os preços da energia diminuírem pelo quinto mês consecutivo.
Mês passado o custo da gasolina caiu 6,6%, de acordo com o relatório do governo.
“Uma gasolina mais barata foi algo positivo para os consumidores e, caso se mantenha, deveria encorajar um maior consumo das famílias e apoiar o crescimento nos Estados Unidos”, afirmou Jim Baird, especialista em investimentos da agência Motim Moram Financial Advisors.
Se forem excluídos os preços de alimentos e energia, que são os mais voláteis, o núcleo da inflação em novembro subiu 0,1% e a acumulada nos últimos 12 meses foi de 1,7%.
O Federal Reserve (Fed), cujo mandato inclui o fomento do pleno emprego e a estabilidade de preços, tem como meta inflacionária em longo prazo um percentual de 2%.
De acordo com as atas da reunião de outubro, vários membros da Reserva sublinharam que é necessário se “manter atentos à evidência de uma possível mudança para baixo nas expectativas de inflação em longo prazo”.
O Fed iniciou ontem sua última reunião do ano, após ter encerrado em outubro seu multimilionário programa de estímulo monetário e em meio às expectativas de oferecer sinais concretos sobre a alta das taxas de juros prevista para 2015.
Ao término da reunião de dois dias, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do banco central emitiu um comunicado que não deu pistas sobre a esperada alta, embora tenha eliminado sua promessa anterior de manter os juros entre 0% e 0,25% “por um tempo considerável”.
Alguns economistas consideram que os últimos dados da queda da inflação, por si sós, não alterarão os planos que tenha o Federal Reserve para subir as taxas de juros, por esperarem que a redução dos preços seja temporária.
O economista Paul Dales, da Capital Economics, assinalou hoje que “o Fed porá mais ênfase no futuro em um eventual aumento da inflação vinculado a uma economia mais forte”.
Embora os analistas prevejam que a primeira alta dos juros não acontecerá até meados de 2015, alguns observadores apontaram que poderia ocorrer antes do antecipado, se continuar a melhoria econômica.
Os últimos dados macroeconômicos mostraram que a primeira economia mundial cresceu entre julho e setembro a um ritmo anual de 3,9%, mais do que o calculado inicialmente, e registrou crescimento de 4,6% entre abril e junho.
Assim, entre abril e setembro, a economia americana teve seu maior semestre de expansão desde meados de 2003.
O avanço da economia é “real”, enfatizou recentemente o presidente dos EUA, Barack Obama.
Obama pediu também ao Congresso que trabalhe com o governo para impulsionar as exportações, os investimentos em infraestruturas, as reformas tributária e migratória, e um aumento do salário mínimo de todos os trabalhadores do país. EFE
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