Investida do Exército de Mianmar contra rebeldes deixa ao menos 22 mortos

Bangcoc, 20 nov (EFE).- Pelo menos 22 guerrilheiros do braço armado da Organização para a Independência Kachin (KIO, sigla em inglês) morreram durante um ataque, com artilharia pesada, do Exército de Mianmar, publicou nesta quinta-feira a imprensa desse país do sudeste asiático.

Outros 15 guerrilheiros kachins também ficaram feridos depois que as tropas governamentais abriram fogo na tarde de ontem contra posições dos rebeldes na cidade de Laiza, no nordeste do país, confirmou um comandante kachin ao jornal “The Irrawaddy”.

Segundo La Nan, o porta-voz do braço armado da KIO, todos os combatentes kachins que morreram tinham menos de 30 anos.

Mianmar começou um processo de abertura e reformas em 2011, com o fim da última junta militar e a transferência do poder para um governo civil, presidido pelo ex-general Thein Sein, ex-primeiro-ministro do regime anterior.

Durante esse processo, o novo governo assinou tratados de paz com 14 dos 16 grandes grupos armados de minorias étnicas.

No final de setembro, a reunião entre representantes governamentais e da etnia kachin terminou sem resultado e os conflitos na região aumentaram.

Cerca de 100 mil pessoas, segundo números da ONU, tiveram que deixar seus lares por causa dos enfrentamentos entre governo e rebeldes, depois que o cessar-fogo foi quebrado em 2011.

A KIO quer maior autonomia e respeito aos direitos de sua etnia, a mesma reivindicação de quase todas as minorias étnicas de Mianmar, que incluem os shan, os karen, os rakhine, os mon, os chin e os kayah, que representam mais de 30% dos 53 milhões de habitantes do país. EFE