Irã afirma que bombardeios árabes no Iêmen cessarão “em questão de horas”
Teerã, 21 abr (EFE).- O Irã expressou nesta terça-feira sua confiança de que os bombardeios que a coalizão árabe, liberada pela Arábia Saudita, realiza no Iêmen cessarão em “questões de horas” e que em “um breve prazo” as partes enfrentadas sentarão à mesa de negociações.
“Após os esforços (diplomatas) realizados, somos otimistas de que os ataques militares contra o Iêmen terminarão nas próximas horas”, disse nesta terça-feira o vice-ministro das Relações Exteriores para Assuntos Árabes do Irã, Hosein Amir Abdolahian, em declarações recolhidas pela agência iraniana “Fars”.
“Também somos otimistas de que veremos os diferentes grupos iemenitas se reunirem na mesa de negociações nas próximas horas para empreender o fortalecimento do processo político no país”, acrescentou.
O diplomata se expressou assim depois que seu país apresentou, na semana passada, um plano de quatro pontos para a paz no Iêmen, que se encontra sob bombardeio saudita há 27 dias.
O plano iraniano, apresentado por seu ministro das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, tem como primeiro ponto um cessar-fogo imediato e a cessação dos bombardeios sauditas como passo prévio ao início do diálogo para estabelecer um governo de união nacional que permita superar a grave crise que vivida pelo país mais pobre da península arábica.
Além disso, a proposta exige que seja permitida, de forma urgente, a provisão de ajuda humanitária à população.
Ao apresentar seu plano, Zarif insistiu na tese defendida por seu governo desde o início dos bombardeios, que já deixaram centenas de vítimas civis, de que “não há uma solução militar” ao conflito iemenita e que só o diálogo interno “sem interferência estrangeira” pode deter o derramamento de sangue.
A proposta iraniana e o papel de Teerã como mediador entre as milícias houthis e as autoridades leais ao presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi foi, no entanto, “categoricamente” rechaçadas desde Kuwait pelo ministro das Relações Exteriores iemenita, Riad Yassin, que considerou que o Irã é “uma parte implicada” na crise.
Desde o governo iemenita no exílio e os países da coalizão árabe acusam Teerã de estar por trás da rebelião dos houthis que expulsou do país Hadi, a que, segundo eles, está fornecendo armas e apoio econômico, além de respaldo político.
Assim, Yassin mostrou seu apoio aos bombardeios dirigidos contra os houthis como uma operação que se realiza “para salvar o Iêmen de um túnel escuro”.
O Irã negou o tempo todo estar por trás da sublevação dos houthis, de confissão xiita, a religião oficial na República Islâmica. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.