Irã rejeita inspeção a centros militares e “interrogatórios” de cientistas
Teerã, 20 mai (EFE).- O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, descartou completamente nesta quarta-feira as chances do país aceitar inspeções em seus centros militares e “interrogatórios” aos cientistas para chegar a um acordo sobre o programa nuclear com os integrantes do Grupo 5+1.
Em entrevista à agência oficial iraniana “Irna”, o representante máximo da política e da religião afirmou que seu país insistirá em impor limites na hora de firmar um pacto.
“Os países do G5+1 estão fazendo novos comentários sobre as negociações. Em relação às inspeções, dissemos que não permitiremos que os estrangeiros realizem inspeções em qualquer centro militar iraniano”, afirmou Khamenei na cerimônia de graduação dos cadetes da Academia Militar imã Hussein em Teerã.
Além disso, o líder comentou que os recentes pedidos para realizar entrevistas com os cientistas nucleares do país também não serão autorizados sob hipótese alguma.
“Isso significa que querem um interrogatório. E nunca permitirei que estrangeiros venham interrogar cientistas da nação que levaram o conhecimento científico do país ao nível que temos agora”, acrescentou.
Khamenei pediu à equipe negociadora que retomará nesta quarta-feira, em Viena, os diálogos com o grupo formado por EUA, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha para que mostre “firme resolução” aos “tão descarados” inimigos.
Na segunda-feira, o presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou que as negociações com o G5+1 estão em um “bom progresso” e que é possível chegar a um acordo antes da data limite estipulada se houver “uma séria determinação das partes”.
O ministro das Relações Exteriores e principal negociador iraniano, Mohamad Javad Zarif, também se referiu à possibilidade de um acordo e ressaltou que o Irã está disposto a aceitar o Protocolo Adicional de inspeções nucleares da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apesar de dizer que o país não autoriza “o acesso a lugares pouco razoáveis ou ilógicos”.
Foi assim que Zarif respondeu ao presidente da AIEA, o japonês Yukiya Amano, que explicou que a aplicação do Protocolo Adicional permitiria o acesso de seus técnicos a instalações militares iranianas.
“Como sempre dissemos, o Irã está pronto para dar transparência a suas atividades nucleares dentro das regulações internacionais. O Protocolo Adicional de nenhuma maneira garante acesso sem justificativa lógica às instalações de um país. As regulações previnem que haja um mal uso deste protocolo em um objetivo definido e supervisado”, acrescentou. EFE
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