Islamita que matou soldado em Londres é condenado a prisão perpétua
(Corrige pena de Adebowale)
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Londres, 26 fev (EFE).- O islamita Michael Adebolajo, de 29 anos, foi condenado nesta quarta-feira a prisão perpétua pelo assassinato a facadas do soldado inglês Lee Rigby no dia 22 de maio do ano passado em uma rua de Londres, enquanto seu cúmplice, Michael Adebowale, de 22, recebeu pena de reclusão por no mínimo 45 anos.
A pena foi imposta pelo juiz do tribunal penal de Old Bailey, Nigel Sweeney, na presença de familiares do soldado. O assassinato a sangue frio de Rigby, de 25 anos, quando ele retornava a seu quartel no bairro de Woolwich, foi condenado pelos principais grupos religiosos, comoveu o Reino Unido e gerou uma onda de ataques contra mesquitas e muçulmanos.
Ao pronunciar hoje a sentença, Sweeney assegurou que os acusados cometeram um crime “bárbaro” e cortaram a vítima como em “um açougue” na tentativa de decapitá-la. Além disso, qualificou a conduta dos assassinos como “repugnante e impiedosa”.
“Não é exagerado afirmar que o que fizeram resultou em um banho de sangue. Eles glorificaram o que fizeram”, disse o juiz, que ressaltou que os acusados não demonstraram “remorso”.
Os dois acusados se levantaram do banco dos réus proclamando “Alá é grande”, antes de serem rendidos e tirados da sala por nove seguranças.
Enquanto isso, nas portas do tribunal se reuniram dezenas de simpatizantes do ultradireitista Partido Nacional Britânico (BNP, na sigla em inglês), que pediram em cartazes “a forca para os assassinos de Lee Rigby”.
Os familiares da vítima, todos vestidos com camisas com a inscrição “Justiça para Lee”, estiveram presentes hoje na sala e tiveram a oportunidade de explicar o trauma causado pela morte do soldado.
Antes da sentença do juiz, os advogados dos processados expuseram circunstâncias que podiam ser atenuantes e pediram que eles não fossem condenados a prisão perpétua, mas a uma pena longa que pudesse ser reavaliada em um mínimo determinado de anos.
O representante legal de Adebolajo argumentou, entre outras coisas, que, embora o massacre do militar “tenha sido um crime que comoveu a nação (…), a prisão perpétua (não revisável) nunca está justificada” e criaria “um mártir”.
O islamita, que foi filmado por transeuntes justificando o assassinato como vingança pela morte de muçulmanos inocentes por tropas britânicas no Iraque e no Afeganistão, “pretendia morrer (no ato) e continua pensando que deveria ser executado”, ressaltou. Por sua vez, o advogado de Adebowale sustentou que seria “desumano, ao extinguir toda esperança de libertação”, impor uma pena de prisão perpétua sem chance de redenção a seu cliente de 22 anos, cuja sentença poderá ser revisada depois de 45 anos.
Durante o julgamento, os acusados se descreveram como “soldados de Alá” e, embora não tenham negado sua participação no sangrento ataque, se declararam inocentes das acusações, com o argumento de que atuaram em defesa do islã.
A viúva do soldado, Rebecca Rigby, destacou hoje perante a corte que seu filho crescerá “vendo imagens de seu pai que nenhum filho deveria ter de suportar”.
Em 22 de maio de 2013, Adebolajo e Adebowale atropelaram e posteriormente mataram a facadas o militar em plena luz do dia e na presença de testemunhas, que os filmaram invocando Alá.
Lee Rigby era membro do segundo batalhão do Real Regimento de Fuzileiros britânico e tinha servido no Chipre, na Alemanha e no Afeganistão antes de ser destinado ao quartel de Woolwich, ao qual voltava no dia de sua morte após finalizar sua jornada de trabalho na Torre de Londres. EFE
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