Japão aposenta primeiros reatores nucleares após o acidente de Fukushima
Tóquio, 17 mar (EFE).- Duas companhias elétricas japonesas anunciaram nesta terça-feira o fechamento definitivo de três de seus reatores nucleares que superavam os 40 anos de vida útil, a primeira decisão deste tipo no Japão desde o acidente de Fukushima em 2011.
A decisão responde a uma mudança legislativa – aprovada no Japão em 2013 por causa da crise de Fukushima – que pela primeira vez estabeleceu o período de funcionamento máximo de um reator (40 anos neste caso).
As três unidades que serão enclausuradas são a 1 da central de Tsuruga, operada pela Japan Atomic Power e em funcionamento desde 1966, e a 1 e a 2 de Mihama, propriedades da Kansai Electric Power e operativas desde 1967 e 1968.
Ambas usinas se encontram na província de Fukui, no oeste do Japão, a que segue abrigando o maior número de reatores em condições operativas de todo o país (oito, sem contar os três já mencionados).
A expectativa é que outras duas elétricas anunciem amanhã a aposentadoria de outras duas unidades com mais de 40 anos de vida, o que faria o parque nuclear japonês ficar reduzido a 43 reatores, enquanto contava com 56 no momento do acidente de Fukushima em 2011.
Os outros dois reatores destinados ao fechamento correspondem às unidades mais antigas nas plantas de Shimane (oeste), e Genkai (sudoeste), que começaram a funcionar em 1970 e 1971, respectivamente.
A nova lei aprovada em 2013 permite estender a vida operacional de uma central por mais 20 anos (até 60 anos no total).
Para isso, devem ser cumpridos certos requisitos em matéria de segurança e, além disso, a Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) deve estimar que o grau de desgaste da central não é excessivo e que a empresa operadora tem capacidade suficiente para garantir sua manutenção em nível tecnológico.
No entanto, nenhuma das proprietárias destes cinco reatores manifestaram intenção de tentar prolongar sua vida útil pelos custos que requereria todo o processo.
Todos os reatores do Japão permanecem atualmente detidos por causa de Fukushima, mas o governo do primeiro-ministro, Shinzo Abe, espera conseguir que duas centrais que cumpriram os novos padrões de segurança da NRA comecem a funcionar ainda neste ano, apesar da oposição pública mostrada por pesquisas de opinião. EFE
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