Japão e Cazaquistão liderarão luta contra testes nucleares

  • Por Agencia EFE
  • 24/02/2015 15h49
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Viena, 24 fev (EFE).- Japão e Cazaquistão foram designados pela Organização do Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (TPCEN) para liderar os esforços internacionais destinados à entrada em vigor do acordo.

Os dois países foram escolhidos de forma unânime em reunião dos Estados-membros em Viena, segundo um comunicado divulgado hoje pela organização.

O embaixador do Japão perante as organizações internacionais em Viena, Mitsuru Kitano, ressaltou que “este ano se completa o 70º aniversário dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki”.

O Japão é o único país que sofreu as consequências das bombas atômicas e, portanto, “quer liderar os esforços da comunidade internacional para a obtenção de um mundo livre de armas nucleares, incluindo os esforços para a entrada em vigor do TPCEN”, acrescentou o diplomata.

O embaixador do Cazaquistão, Kairat Sarybay, disse que “em 2016 se completa o décimo aniversário do Tratado da Zona Livre de Armas Nucleares de Ásia Central”, aprovado em Semey (Cazaquistão), e o 20º aniversário do início do processo para a assinatura do TPCEN.

Semipalatinsk, território cazaque onde a antiga União Soviética realizou testes nucleares que afetaram a população local, foi a razão para que o atual presidente, Nursultan Nazarbayev, renunciasse em 1992 à posse de armas nucleares, segundo o diplomata cazaque.

Os ministros das Relações Exteriores dos dois países copresidiram a conferência Article XIV, que acontecerá em 29 de setembro deste ano em Nova York e cuja finalidade será facilitar a entrada em vigor do tratado.

Japão e Cazaquistão também coordenarão os esforços internacionais para a entrada em vigor do TPCEN em um período de dois anos depois da conferência. Eles substituirão na presidência do Article XIV Hungria e Indonésia, cujos ministros das Relações Exteriores lideraram a conferência em 2013.

O tratado foi aberto para assinatura em Nova York no dia 24 de setembro de 1996.

Desde então, foi assinado por 183 países, dos quais 159 o ratificaram, entre eles 36 dos 44 estados com programas nucleares cuja ratificação é imprescindível para a entrada em vigor do acordo.

Falta ainda a ratificação de Estados Unidos, China, Egito, Irã e Israel, que já assinaram o tratado, e Paquistão, Índia (que fizeram seu último teste atômico em 1998) e Coreia do Norte, que nem sequer fazem parte dele.

Em 16 de janeiro de 2007 foi completada a ratificação do tratado por todos os países da Europa, com a adesão da Moldávia.

Apesar de ainda não estar em pleno funcionamento, a organização com sede em Viena já conta com uma rede de 300 estações de monitoramento em todo o mundo para detectar qualquer teste atômico no planeta. EFE

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