Jolie pede ao mundo para combater “a injustiça” da violência sexual

  • Por Agencia EFE
  • 12/06/2014 10h34
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Londres, 12 jun (EFE).- A atriz americana Angelina Jolie pediu nesta quinta-feira para atender os sobreviventes “abandonados” da violência sexual e combater “a injustiça” que se deriva de utilizar esse tipo de abuso como arma de guerra.

Acompanhada por Brad Pitt na chegada ao centro de convenções Excel de Londres, Jolie pronunciou um discurso aos delegados de mais de 100 países à Cúpula Global Contra a Violência Sexual em conflito, onde hoje será analisado um protocolo para combater esse mal.

A enviada da ONU para refugiados e o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, coanfitriões da cúpula, apresentaram ontem o conteúdo do protocolo, que oferece diretrizes sobre como documentar os crimes durante as guerras, punir os responsáveis e proteger as vítimas.

“Estamos aqui pela menina de nove anos em Uganda, sequestrada e forçada à escravidão sexual. Pelo homem da Bósnia que, anos após um estupro, ainda está estigmatizado, incapaz de ganhar dinheiro suficiente para comprar pão para sua família”, disse Jolie.

“Estamos aqui por todos os sobreviventes esquecidos e escondidos a que se fez sentir vergonha ou que foram abandonados”, prosseguiu.

“E pelos filhos de estupros – acrescentou – queremos que o mundo inteiro ouça suas histórias e entenda que esta injustiça não pode ser tolerada, e que a pena e a compaixão não são suficientes”.

A chegada de Angelina Jolie ao centro de convenções Excel causou mais repercussão do que o de costume, por estar acompanhada do ator Brad Pitt, vestido, como ela, de preto.

Ambos posaram acompanhados de Hague – no meio dos dois – que ontem assegurou que trabalhar com a atriz “é um prazer”, e advogou por essa combinação de ministros e famosos como “a diplomacia do futuro”.

“Minha admiração por ela cresceu ainda mais nos dois últimos anos. Tem o poder de falar para todos, de conscientizar, de mudar atitudes”, afirmou Hague, que disse que essa capacidade de comunicação com o poder de decisão dos governos, “pode ser uma combinação formidável”.

Pitt escutou o discurso da parceira da plateia, onde também estava a advogada libanesa e de educação britânica Amal Alamuddin, noiva do ator George Clooney.

A Cúpula Global sobre Violência Sexual em Zonas de Conflito, inaugurada na terça-feira, termina amanhã, quando estão previstos os discursos do secretário de Estado americano, John Kerry, e, por videoconferência, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Além de celebrar-se hoje o plenário com presença de ministros, está previsto que Hague se reúna paralelamente com representantes do governo da Nigéria e de países vizinhos para abordar a ameaça para a segurança que representa o grupo radical islâmico Boko Haram, autor do recente sequestro de mais de 200 alunas cristãs, outro exemplo de violência contra as mulheres. EFE

jm/tr

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