Joseval Peixoto: A mentira continua sendo uma arma poderosa
O candidato Fernando Haddad declarou em sabatina promovida pelo jornal O Globo, Valor Econômico e revista Época que o general Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro para a disputa presidencial, torturou o cantor Geraldo Azevedo, durante o regime militar de 64.
A declaração do cantor foi feita em show no sábado, na Bahia, onde afirmou que a tortura ocorreu no ano de 1969, quando ficou encarcerado por 41 dias. Ocorre que nessa data o general tinha apenas 16 anos. Nasceu em 1953 e, portanto, ainda não havia ingressado no Exército brasileiro.
Descoberta a mentira, o cantor pediu desculpas. Disse que se enganou. Essa foi apenas uma das grandes mentiras que povoam a história do mundo moderno.
No Rio Grande do Sul, laudo pericial constata que a marca de uma suástica feita em uma jovem de apenas 19 anos é um caso de autolesão. A jovem se automutilou. Não foi vítima de nazistas.
Mas Hitler mentiu quando atacou a Tchecoslováquia, em 1939, e quando publicava que só o trabalho liberta, nos campos de concentração, da Segunda Guerra Mundial.
Agora mente a Arábia Saudita, cujo governo tirano acaba de executar o jornalista Jamal Kashoggi, vítima de uma briga, em Istambul. Só que o corpo da vítima sumiu, dentro do próprio consulado, onde o fato ocorreu.
No começo desta semana, explodiram as manchetes dos jornais brasileiros noticiando as milhares de fake news espalhadas por seguidores de Jair Bolsonaro, nas redes sociais.
A mentira continua sendo uma arma poderosa nas mãos de assassinos, ditadores e desequilibrados. Nós, jornalistas, sempre dizemos que a primeira vítima da guerra é a verdade. E seu oposto, a mentira, não raro, é a causadora da própria guerra.
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