Joseval Peixoto: A notícia pertence ao povo, que tem o direito de ser informado
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A justiça federal americana determinou, na última sexta-feira (16), que a Casa Branca devolva a credencial de Jim Acosta, repórter da rede de TV CNN, uma semana depois de Trump discutir com o jornalista em uma entrevista coletiva.
O presidente americano se irritou com a insistência do repórter em perguntar sobre a caravana de imigrantes que seguem, via México, para os Estados Unidos. Uma funcionária da Casa Branca tentou retirar o microfone de Acosta, que se negou a entregá-lo. Depois, Trump cancelou sua credencial. A CNN recorreu.
O juiz, em decisão liminar, entendeu que o governo violou a constituição americana, e determinou a devolução documento.
Nesses tempos estranhos que anunciam o risco de um retorno ao autoritarismo mundial, é sempre bom recordar que os Estados Unidos sempre cultuaram um grande amor pela liberdade.
Treze anos antes da revolução francesa, em 1776, o povo americano já havia declarado sua independência – antecipando-se à pregação dos iluministas que derrubariam, em 1789, a monarquia absolutista de Luis XVI.
Foi a França que presenteou os americanos com a famosa estátua da liberdade, deusa colossal que ostenta uma tocha, sobraça uma tabuleta que indica respeito a lei, e tem uma corrente quebrada a seus pés.
Ora, a liberdade tem como ponto de partida a manifestação do pensamento e esta se expressa fundamentalmente pelos meios de comunicação.
O brasileiro Darci de Arruda Miranda escreveu que o jornalista não pode ser comparado a um boquirroto de esquina, porque fala sob o império da urgência e sobre coisas que os cidadãos querem saber.
A notícia não pertence ao repórter. Nem ao dono do jornal, da rádio ou da televisão. A notícia pertence ao povo. É o povo que tem o direito de ser informado, na medida em que todo poder emana do povo e em seu nome é exercido.
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