Joseval Peixoto: É preciso, com urgência, atrair novos médicos para atender regiões mais carentes

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2018 10h20
Karina Zambrana/Fotos Públicas Mais Médicos A saída dos cubanos deixará em aberto 8.332 vagas, em 2.880 municípios - dos quais, 1.575 possuem apenas esses profissionais em seus postos de saúde

A saída de médicos cubanos determinada por Havana já obriga vários municípios do interior do Brasil a cancelar consultas, deixando ao desamparo as respectivas populações. Na Grande São Paulo 7 municípios já estão sem esses médicos: Guarulhos, Osasco, Santo André, Itapevi, Itapecerica, Embu-Guaçu e Embu das Artes.

De Guarulhos saíram 28 cubanos. Duas mil e quinhentas consultas deixarão de ser feitas, por semana. A prefeitura anuncia a contratação de profissionais, em regime de urgência.

Embu das Artes perdeu 20 médicos cubanos e Itapecerica anuncia que vai cancelar parte das três mil consultas semanais do município. Campinas perde 46 e Araçatuba 23 profissionais.

E aí estão referidas apenas algumas das mais importantes cidades do Estado mais rico do país. Todavia, o grande contingente de médicos cubanos foi direcionado para as mais longínquas cidades brasileiras, onde nossos médicos não pretendem clinicar ou começar a vida.

A saída dos cubanos deixará em aberto 8.332 vagas, em 2.880 municípios – dos quais, 1.575 possuem apenas esses profissionais em seus postos de saúde.

Esse é um drama sério para o governo Temer, que está no fim e para o governo Bolsonaro, que vai se iniciar.

O Brasil, com urgência, procura formas de atrair os recém-formados para essas regiões, mas será difícil cobrir o deficit. Mesmo com os cubanos que estão indo embora, havia uma lacuna de duas mil vagas não preenchidas pelo programa Mais Médicos.

O problema tem sido muito debatido no campo político, mas para a população mais carente a questão é apenas e dor e desespero. A garantia da Constituição é apenas um discurso vazio, longe da dura realidade nacional.

Lá está escrito, com toda a pompa, no artigo 196, que “a saúde é um direito de todos e um dever do estado”.

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