Joseval Peixoto: Não haverá perdão para o eleito que não cumprir o que prometeu
Debate presidencial. Foi mais um debate morno e cheio de propostas. Portanto, mais promessas do que debate.
Bolsonaro, ausente no programa da Record, não esteve ausente da TV. Ao contrário, as televisões mostraram milhares de pessoas nas praças e avenidas das grandes capitais, gritando ele não ou ele sim em uma demonstração irrespondível de que o pleito está dividido pelos extremos.
Pelo sim ou pelo não, quem for eleito terá muitas dificuldades para conduzir o país, premido por um orçamento que expõe um deficit primário de R$ 139 bilhões. Faltará dinheiro para pagar juros e conter a dívida pública. Incluídos os papéis em poder do Banco Central, a dívida já compromete 90% do PIB.
De outra parte, o eleito herdará projetos já consolidados que envolvem quase R$ 90 bilhões em investimentos. São estudos técnicos já concluídos ou obras interrompidas que precisam da continuidade administrativa. E não há recursos.
Aí estão as renovações de ferrovias, leilões de aeroportos e a usina de Angra dos Reis, que estão paradas e demandariam um custo de R$ 14 bilhões para terminar.
E ainda há a previdência. O arcaico arcabouço fiscal tributário e o vergonhoso estado de abandono em que se encontram a saúde, a educação, o transporte e a segurança do país.
Mas o debate demonstrou, pelo menos, que os candidatos conhecem tudo isso. Por isso, o eleito terá que cumprir suas promessas. Estamos na última semana da campanha. Domingo vamos votar.
Chega de discurso. A comunicação hoje é muito rápida. Hoje, o povo sabe de tudo. A rede social é muito poderosa. Não haverá perdão para o eleito, se não cumprir o que prometeu.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.