Joseval Peixoto: O extremismo visceral não leva a nada
A divisão do Brasil em dois extremos – esquerda e direita – provocada pelo antagonismo entre Bolsonaro e Fernando Haddad ultrapassou os limites do debate político e polariza a divergência dentro dos lares brasileiros.
É impressionante o litígio que grassa entre irmãos, pais e filhos, no cerne das famílias – por questões de posições políticas antagônicas.
Alguns atritos, segundo informações que recebemos, estão se tornando irreconciliáveis, o que demonstra que também na esfera política será inatingível a paz que o Brasil requer.
Tudo bem. São políticos que se digladiam, na disputa do poder. Mas o debate rancoroso dentro de casa atinge um fato social absurdo e irracional.
Até porque, a essência da democracia está na convivência entre conceitos políticos opostos.
De outra parte, a conclusão de que qualquer dos candidatos resolverá a crise brasileira em quatro anos é uma fantasia. Nenhum deles conseguirá.
A crise é muito grave. Atinge visceralmente a estrutura do estado, um débito de 4 trilhões de reais e uma imensidão de milhões de desempregados.
Não vai ser fácil para o próximo presidente, qualquer que seja ele.
Por isso é preciso resignação. E é preciso paz. A começar pelas famílias. O extremismo visceral não leva a nada.
Os romanos, que dominaram o mundo antigo, tinham um princípio sábio. Diziam: “in medio virtus”, ou seja, “a virtude está no meio”.
Mais recentemente, no século XIX, Victor Hugo, uma das maiores inteligências da França, numa das páginas da obra “O homem que ri”, também de forma sábia, escreveu: “a maior virtude do homem é a de ser razoável”.
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