Joseval Peixoto: O que assusta na campanha é a determinação contra a liberdade de imprensa

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2018 10h10 - Atualizado em 26/10/2018 10h10
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Montagem/Agência Câmara/Agência Brasil Paradoxalmente, a palavra mais expressiva em defesa da liberdade do pensamento veio, há tempos, de Dilma Rousseff

Foi um debate civilizado entre Doria e França. Mais propositivo que os demais, cada um se preocupou mais em expor seus programas do que ingressar no campo da desfeita e das agressões.

As palavras mais ácidas nessa disputa eleitoral têm surgido fora dos debates. A maior saraivada de balas contra o PT não veio de Bolsonaro, mas de Mano Brown. Ele declarou que o PT não conseguiu falar a língua do povo e tem de perder mesmo.

Um dia depois, o próprio Haddad concordou com a pesada crítica do rapper dizendo que ele falou a pura verdade.

Foi uma confissão amarga: “a gente tem de se reconectar com a periferia, com a dor que as pessoas estão sofrendo”.

O que mais assusta nessa campanha é a determinação dos dois candidatos contra a liberdade de imprensa.

A posição do PT é conhecida. O partido sempre pretendeu criar uma espécie de superconselho editorial, para controlar os jornalistas e as redes sociais. E ontem, num arroubo de autoritarismo, Bolsonaro se voltou contra os que publicam reportagens criticas, ao afirmar: “sem mentiras, sem fake news, sem Folha de S. Paulo, nós ganharemos esta guerra”.

Professor emérito da FGV, Bresser Pereira escreveu na Folha que os artigos de Janio de Freitas, Clóvis Rossi, Roberto Dias, André Singer, Elio Gaspari, Celso Rocha De Barros, Fernando Limongi, Antonio Prata, Cristóvão Tezza, Tatti Bernardi e dos intelectuais que se manifestam no jornal são um respiro em meio ao sufoco do pensamento único dos chamados “homens de bem”.

Paradoxalmente, a palavra mais expressiva em defesa da liberdade do pensamento veio, há tempos, de Dilma Rousseff. Ela afirmou que prefere o alarido da imprensa do que o silêncio das ditaduras.

Duramente criticada e deposta do cargo, a ex-presidente conhece bem as duas coisas: o alarido da imprensa e o silêncio das ditaduras.

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