Joseval Peixoto: Professor é apenas o aluno que chegou antes
Hoje é dia do professor, essa figura saudosa que passou pela nossa vida como uma nuvem mensageira.
Meu professor do ginásio nos fazia decorar o poema “A vitória na vida”.
“Pobre de ti se pensas ser vencido – tua derrota é caso decidido.
A força que te impele para a frente – é a decisão firmada em sua mente”.
No cursinho, Tolosa tinha uma didática fenomenal para ensinar os mistérios da língua:
Perguntava: “’para’ é preposição?”
A classe respondia: “sim” !
Aí ensinava: “Não. Uma palavra não é preposição, pronome ou adjetivo por ela mesma.
Depende da função que exerce na frase. Querem ver? Quem está dirigindo um carro freia o veículo, se de repente passa uma bola à sua frente. É que logo atrás vem uma criança. A bola é a preposição. A criança é o substantivo. Sempre que houver uma preposição, há um substantivo colado nela”.
E escrevia na lousa: “vim para ficar”. “Viram? São dois verbos. Vir e ficar. Para, aí, não é preposição. É uma conjunção final. Vim a fim de ficar”.
Na faculdade, Miguel Reale expunha a sua teoria tridimensional do direito: fato, valor e norma.
Gofredo, filósofo, nos dizia que a beleza e a verdade são irmãs. “Só é belo o que é verdadeiro”, dizia. Nisso, a aranha é bela – porque realiza a verdade do ser “aranha”.
E Buzaid, agradecendo os aplausos nas aulas de processo prelecionava: “Nunca parem de estudar. Somos todos um eterno aprendiz. Professor é apenas o aluno que chegou antes”.
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