Jovem mauritano é condenado a morte por blasfemar contra profeta Maomé

  • Por Agencia EFE
  • 25/12/2014 09h09

Nouakchott, 25 dez (EFE).- O Tribunal de Primeira Instância de Nouadhibou, no noroeste da Mauritânia, condenou à morte um jovem que publicou em janeiro um artigo que criticava o profeta Maomé, informaram nesta quinta-feira à Agência Efe fontes ligadas ao processo.

Mohammed Cheikh Ould Mjaitir, de 28 anos, foi condenado à morte depois de mais de sete horas de deliberações da corte.

O público presente à audiência explodiu em gritos de alegria ao escutar a sentença.

O promotor tinha pedido ontem a pena de morte por fuzilamento para o jovem por ter publicado em janeiro na imprensa local um artigo em que criticava o profeta Maomé.

O Código Penal mauritano, alegou o promotor, estipula esta pena contra “todo muçulmano que desrespeite Alá, seus anjos, seus livros ou seus profetas”.

Mjaitir, que defendeu sua inocência e negou ter tido a intenção de insultar o profeta, pertence aos Lemaalmine (ferreiros), um grupo tradicionalmente estigmatizado na sociedade mauritana e considerado inferior.

Em seu polêmico artigo, o jovem escreveu que “a injustiça praticada hoje em dia contra seu grupo já foi também exercida anteriormente pelo próprio profeta Maomé durante sua vida”.

Apesar de existir no Código Penal mauritano e os tribunais a utilizarem nas sentenças, a pena capital não é executada na Mauritânia desde os anos 80. EFE

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