Juiz mantém acusação à infanta Cristina por fraude e lavagem de dinheiro
Palma de Mallorca (Espanha), 25 jun (EFE).- Um juiz espanhol manteve nesta quarta-feira a acusação à infanta Cristina, irmã do rei Felipe VI, por supostos crimes fiscais e de lavagem de dinheiro e considerou que ela deve ser julgada com seu marido, Iñaki Urdangarin, e outros envolvidos em uma suposta trama de corrupção.
Em um auto, o juiz José Castro também propõe que Urdangarin seja julgado como suposto autor de desvio, prevaricação, falsidade ideológica, tráfico de influência, falsificação, fraude, fraude à Administração e dois delitos fiscais pelo suposto desvio de fundos públicos ao Instituto Nóos.
Com a decisão de hoje, Castro encerra o chamado “Caso Nóos”, a investigação pelo suposto desvio de fundos públicos ao Instituto Nóos, uma instituição sem fins lucrativos, que presidiu Iñaki Urdangarin entre 2003 e 2006.
Agora o Ministério Fiscal e as acusações podem solicitar a abertura de julgamento oral formulando escrito de acusação, ou o sobrestamento da causa, ou excepcionalmente, a prática de diligências complementares.
O promotor Anticorrupção Pedro Horrach disse hoje que recorrerá do auto do juiz José Castro “porque continua sem existir nenhum elemento contra” da infanta Cristina.
Além da infanta Cristina e de seu marido, há mais de dez pessoas acusadas, depois de serem ouvidos 44 depoimentos de 30 acusados ao longo de um processo que se prolongou durante quase quatro anos.
O juiz acusou em 7 de janeiro a infanta Cristina, irmã do rei da Espanha, pelas supostas fraudes fiscais e lavagem de capitais e em 8 de fevereiro prestou depoimento no julgado durante seis horas.
A infanta e seu marido criaram a empresa Aizoon, onde supostamente foi a parar parte desses fundos desviados.
Em sua declaração judicial, Cristina de Bourbon respondeu reiteradamente que não tinha conhecimento da atividade de Aizoon e afirmou que foi a confiança total em seu marido que lhe movimentou a acompanhar você no projeto.
A Casa do Rei da Espanha, instituição real espanhola, expressou “pleno respeito à independência do Poder Judiciário” após saber da decisão do juiz.
Por sua vez, o ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, ressaltou também o “respeito absoluto” do governo perante a decisão do juiz Castro, embora tenha lembrado que a acusação ainda é recorrível.
“Neste país a lei é igual para todos”, disse o ministro, quem lembrou as palavras de Felipe VI durante o discurso inaugural de seu reinado, no último dia 19, quando proclamou seu respeito à independência judicial. EFE
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