Justiça russa condena autores de crime por motivos homofóbicos

  • Por Agencia EFE
  • 03/02/2014 13h08
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Moscou, 3 fev (EFE).- A Justiça russa condenou nesta segunda-feira três homens a penas de entre 9 e 12 anos de prisão pelo assassinato de seu vizinho por motivos homofóbicos, o subdiretor de um aeroporto na região de Kamtchatka, banhada pelo oceano Pacífico.

Segundo a Promotoria, os condenados atuaram movidos por “seu convencimento sobre a orientação sexual não tradicional de seu vizinho”.

Em 30 de maio, os assassinos enganaram a vítima, de 29 anos, para que os acompanhasse de carro a uma floresta próxima, onde foi atingida com várias punhaladas no peito, pescoço e rosto.

Para ocultar as provas do crime, os acusados introduziram o corpo no carro, o molharam com gasolina e atearam fogo.

Pouco depois, a polícia de Kamtchatka deteve como suspeitos os três condenados, entre eles um trabalhador de uma companhia pesqueira local.

Apenas umas semanas antes, a comunidade homossexual tinha denunciado o assassinato por motivos homofóbicos na cidade de Volgogrado de um jovem, que foi achado sem órgãos genitais.

Então, o organizador das manifestações do orgulho gay de Moscou, Nikolai Alexeyev, assegurou que é “preciso educar” a sociedade russa e chamou as autoridades para que renunciem à “retórica homofóbica”.

“Dita retórica é inaceitável e aí têm os trágicos resultados”, disse.

A Duma ou Câmara dos Deputados aprovou no começo de 2013 uma lei que proíbe a propaganda homossexual entre os menores de idade, mas que, segundo seus críticos, é uma desculpa para impedir as manifestações do orgulho gay.

O presidente russo, Vladimir Putin, nega que os homossexuais sejam discriminados neste país, mas algumas organizações de direitos humanos acusam o Kremlin de aplicar políticas homofóbicas.

Apesar que faz 20 anos que as relações homossexuais deixaram de ser penadas com a prisão e que esse mesmo ano o homossexualismo deixou de ser considerada uma doença mental neste país, mais de um terço dos russos acredita que os homossexuais requerem tratamento. EFE

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