Kerry diz que Paquistão já não diferencia entre bons e maus terroristas
Islamabad, 13 jan (EFE).- O secretário de Estado americano, John Kerry, elogiou nesta terça-feira em Islamabad a nova postura do Paquistão de não diferenciar entre “bons e maus terroristas” por causa do ataque talibã a uma escola paquistanesa, no qual morreram 132 estudantes.
“Não deve haver diferença entre bons e maus terroristas. É algo inaceitável. Dou as boas-vindas à decisão de combater todos os tipos de terrorismo”, afirmou o secretário de Estado americano em entrevista coletiva transmitida ao vivo.
O ataque a uma escola de Peshawar, no noroeste do Paquistão, em 16 de dezembro, assumido pelo principal grupo talibã paquistanês, o Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), “mudou tudo”, segundo Kerry.
O secretário disse que a ação foi um “brutal atentado sentido por todos os americanos” e que seus autores devem ser “vencidos”.
Após o ataque, o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, pôs fim à suspensão da execução da pena de morte em casos de terrorismo e reafirmou sua determinação na guerra contra os insurgentes, sem distinguir entre “talibãs bons e maus”, até que “o último terrorista seja eliminado”.
Durante anos, os Estados Unidos reprovaram o país asiático por seu suposto apoio aos “talibãs bons”, que não significaria uma ameaça para o Paquistão, como a rede Haqqani ou os próprios talibãs afegãos, mas que o governo americano considerava terroristas.
Kerry se reuniu ontem com o primeiro-ministro do Paquistão e anunciou um envio de US$ 250 milhões para ajudar os cerca de 700 mil deslocados pela operação militar contra os talibãs que o exército paquistanês realiza nas zonas tribais desde junho e que deixou 1.200 insurgentes mortos.
O secretário de Estado deve visitar hoje a escola de Peshawar onde ocorreu o ataque de 16 de dezembro.
Sete condenados por terrorismo foram enforcados hoje em quatro prisões do Paquistão, o que eleva para 17 o número de execuções aplicadas no país desde o fim da suspensão da prática.
Quatro dos sentenciados, Shahid Hanif, Talha Hussain, Khalil Ahmed e Behram Khan, foram executados em duas prisões do sul do Paquistão, informou a imprensa local.
Os três primeiros foram executados por matar um alto funcionário do Ministério da Defesa paquistanesa em 2001, enquanto Khan foi enforcado por assassinar um advogado em 2003.
Os outros três réus foram executados em duas prisões da província de Punyab: Zulfiqar Ali por matar dois policiais e Mushtaq Ahmed e Nawazish Ali por seu envolvimento em dezembro de 2003 nas duas tentativas de assassinato do então presidente Pervez Musharraf. EFE
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