Libéria começa a fornecer soro experimental a vários infectados por ebola

  • Por Agencia EFE
  • 17/08/2014 11h21

Monróvia, 17 ago (EFE).- A Libéria começou a fornecer a alguns infectados por ebola as doses do soro experimental fabricado nos Estados Unidos que chegou na semana passada ao país, informaram neste domingo fontes do Ministério da Saúde.

Entre estes pacientes estão vários médicos liberianos infectados pelo vírus, afirmou o vice-ministro de Saúde para Serviços de Prevenção, Tolbert Nyenswa, em entrevista à emissora de rádio da Missão das Nações Unidas na Libéria (UNMIL).

A Libéria recebeu o medicamento, denominado ZMapp, depois que a presidente Ellen Johnson-Sirleaf o solicitou às autoridades americanas no último dia 8 de agosto dentro de seus esforços para combater a epidemia, que já causou a morte de 413 pessoas no país.

Nyenswa explicou que o governo liberiano recebeu o remédio na semana passada em “pequenas quantidades”, mas não especificou o número de pacientes que vão ser tratados com este soro.

No entanto, insistiu que todos os pacientes que o estão recebendo assinaram um documento de consentimento no qual assumem que o recebem sob seu risco e que o fabricante não se responsabiliza, já que o fármaco nunca tinha sido testado antes em humanos.

O ZMapp foi fornecido pela primeira vez a dois cidadãos americanos contagiados na Libéria, o médico Kent Brantly e a missionária Nancy Writebol, que, desde então, apresentaram uma melhoria em seu estado de saúde.

No entanto, Miguel Pajares, o religioso espanhol repatriado após ser infectado pelo vírus na Libéria, morreu em Madri três dias após começar a receber o mesmo soro experimental.

Apesar da chegada à Libéria deste medicamento para lutar contra o vírus, Nyenswa insistiu que a melhor maneira de conter o surto é com a aplicação das medidas de prevenção.

Por sua parte, a Nigéria, que acumula quatro mortes por ebola, anunciou que um dos médicos que tratou o americano falecido no final de julho pelo vírus em Lagos se recuperou “totalmente” do vírus e já recebeu alta.

As autoridades sanitárias seguem bem de perto a situação da Nigéria para evitar que o vírus se estenda neste país, o mais povoado da África, o que pioraria a gravidade da epidemia.

Na última apuração divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Libéria superou quanto à gravidade da situação a Guiné, onde surgiu este surto.

No total, nos últimos quatro meses 2.127 pessoas foram infectadas pelo vírus na África Ocidental, das quais 1.145 morreram.

O ebola – que se transite por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados – causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%. EFE

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