Líder da oposição síria pedirá aos EUA armas e mísseis antiaéreo

  • Por Agencia EFE
  • 07/05/2014 17h11

Washington, 7 mai (EFE).- O líder da opositoria Coalizão Nacional Síria (CNFROS), Ahmed Yarba, prevê pedir armas e mísseis antiaéreos ao governo americano para recuperar a força dos rebeldes, que nesta quarta-feira começaram a se retirar de um de seus redutos principais, a parte antiga da cidade de Homs.

Os rebeldes necessitam de “armas eficazes para fazer frente às ofensivas (do regime de Bashar Al-Assad), que incluem ataques aéreos, para que possamos mudar o equilíbro de poder no terreno”, disse hoje Yarba em seu primeiro ato público em Washington, onde estará de visita até o dia 14 de maio.

“Isso permitiria uma solução política”, acrescentou o líder opositor sírio em uma conferência no centro de estudos Instituto Americano para a Paz (USIP), em Washington.

Em uma entrevista ao jornal “New York Times”, Yarba precisou que entre as armas que prevê pedir estão mísseis antiaéreos, a fim de resistir aos bombardeios das forças de Assad.

“Não estamos pedindo a nossos amigos (americanos) que enviem seus filhos a nosso país, nem estamos pedindo uma intervenção direta, nem sequer desde o ar”, indicou Yarba na entrevista, que aconteceu na terça-feira pela noite e foi divulgada hoje na edição digital do jornal.

“Estamos pedindo armas antiaéreas a fim de neutralizar estes aviões, que estão lançando barris de explosivos”, assinalou Yarba, referindo-se às bombas usadas pela força aérea síria, fabricadas com barris cheios de explosivos.

“E temos planos e garantias que estas armas não cairão nas mãos equivocadas”, afirmou o líder opositor.

Yarba confirmou, além disso, ao rotativo nova-iorquino que os rebeldes sírios começaram a receber mísseis antitanque TOW dos Estados Unidos, e que seu uso demonstrou que são capazes de manter o controle de armas avançadas.

Este tipo de mísseis, com um alcance de cerca de 4 quilômetros, pode perfurar fortificações ou grossas camadas de aço.

Desde meados do ano passado, a CIA (agência de inteligência americana) está proporcionando armamento ligeiro e treino desde a Jordânia a facções opositoras ao regime de Assad, aliado do Irã e Rússia, e nos últimos meses começou a intensificar sua contribuição à guerra civil síria com armas mais avançadas.

Segundo alguns meios de comunicação, a Casa Branca também debate dotar os rebeldes com mísseis antiaéreos ligeiros que possam pôr freio à superioridade aérea de Damasco, mas teme que essas armas possam cair em mãos de grupos islâmicos extremistas no caos da Síria, onde os bandos opostos a Assad lutam também entre eles.

Um alto funcionário americano, que pediu o anonimato, disse aos jornalistas que Washington está “frustrado” perante a “assimetria militar no terreno” e segue buscando formas de ajudar os rebeldes a superá-la.

Yarba deve se encontrar nesta quinta-feira com o secretário de Estado, John Kerry, e espera-se que também se reúna com o presidente americano, Barack Obama, provavelmente no começo da próxima semana, indicaram à Agência Efe fontes da Casa Branca.

O Pentágono não informou por enquanto sobre possíveis reuniões com Yarba, que viaja acompanhado pelo novo chefe da ala militar da oposição síria, o general Abdul Ilah Al Bashir.

O líder opositor diminuiu hoje importância da retirada dos rebeldes de seu bastião em Homs por considerar que a guerra não é questão de uma cidade ou outra, mas de todo o país, e condenou a que Assad desenvolva sua campanha de reeleição “sobre os cadáveres dos sírios”. EFE

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