Líder dos Sinn Féin rejeita relação do IRA com fim dos “Quatro de Guildford”

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2014 08h51
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Dublin, 23 jun (EFE).- O presidente do Sinn Féin, Gerry Adams, rejeitou nesta segunda-feira o envolvimento do IRA no caso dos chamados “Quatro de Guildford”, presos em 1974 por um atentado que não cometeram e cujo líder, Gerry Conlon, morreu no sábado.

“O IRA deve assumir as responsabilidades por suas próprias ações”, ressaltou Adams à emissora pública irlandesa “RTE”, em meio a acusações contra o movimento republicano após a morte de Conlon, de 60 anos.

O político norte-irlandês Seamus Mallon, quadro histórico do Partido Social-Democrata e Trabalhista (SLDP, nacionalista-católico), afirmou ontem que o já inativo Exército Republicano Irlandês (IRA) “praticamente agiu em conivência” com o governo britânico para manter pessoas inocentes presas.

“Pergunto-me o que a consciência dirá a eles agora”, disse Mallon, figura-chave no movimento de defesa dos direitos dos católicos na Irlanda do Norte nos anos 60 e um dos arquitetos do Acordo da Sexta-Feira Santa (1998), texto que deu fim a quase 30 anos de conflito na província britânica.

Adams afirmou hoje que Mallon tentou “marcar um ponto político” e lembrou que a polícia britânica “sabia que esses indivíduos não estavam relacionados com essas ações e que tudo era uma fachada”.

O líder republicano se referia ao atentado a bomba cometido pelo IRA em 1974 em um pub de Guildford, aos arredores de Londres, que matou cinco pessoas, deixou feridas outras 65 e levou à prisão a Conlon e outros três amigos que nada tiveram a ver com a ação terrorista.

Após anos de batalhas legais, sua condenação foi revogada em 1989, episódio que ficou famoso com o filme “Em Nome do Pai” (1993), com Daniel Day-Lewis.

Em 2005, o então primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, pediu desculpas pela “terrível experiência e injustiça” que os “Quatro de Guildford” viveram e outras sete pessoas que foram presas em relação àquele atentado.

À época, Conlon expressou seu agradecimento pelo gesto e a “grande sinceridade” de Blair, que transmitiu suas desculpas a ele e a sua família.

Em outubro de 1989, o Tribunal de Apelação de Londres anulou as sentenças sobre os “quatro de Guildford” após as dúvidas surgidas pelas evidências obtidas pela Polícia de Surrey (nos arredores de Londres) que foram usadas para condená-los. EFE

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