Lista da Odebrecht mostra o apodrecimento do sistema político-partidário brasileiro
A divulgação de lista de contabilidade da Odebrecht com mais de 200 políticos e 24 partidos abala Brasília. Mais do que indicar possíveis atos de corrupção, o documento mostra o apodrecimento do sistema político partidário-brasileiro.
O impacto da divulgação da lista, feita em primeira mão pelo próprio comentarista Jovem Pan Fernando Rodrigues em seu blog no UOL, “foi devastador”, conta.
A lista é econumênica, inclui todo tipo de ideologia e pode dar impressão de que todos os citados cometeram crimes. Ainda não sabemos: pode haver doações legais em meio aos nomes e valores enumerados.
A Operação Lava Jato tem mostrado, no entanto, que até as doações legais são utilizadas para extorsões de políticos e troca de favores com empreiteiras. Não apenas o caixa dois é ilegal.
É curioso que a maior empreiteira do Brasil tenha uma contabilidade tão bagunçada como aquela, com nomes informais e apelidos curiosos.
Se é tudo legal, registrado no TSE, por que uma empreiteira precisa fazer esse controle tão informal com números que, em sua maioria, não batem com o registrado no Tribunal Superior Eleitoral?
A listagem nos dá um desalento, talvez maior do que o que tiveram os políticos: revela uma desmontagem verdadeira de todo o establishment político-partidário.
Se de fato tudo for investigado, vai ser difícil sobrar muita coisa em pé desse atual modelo de financiamento eleitoral e sistema político-partidário.
É um momento muito triste, pois revela em riqueza de detalhes a impossibilidade prática desse modelo político-partidário continuar a sustentar de maneira robusta e sólida a democracia.
A manchete do segundo comentário de Fernando Rodrigues foi:
O PMDB está em pé de guerra. Michel Temer manteve para terça-feira, 29 de março, a reunião que pode determinar o rompimento oficial do partido com Dilma Rousseff.
Ouça todos os detalhes na segunda parte do áudio no começo do texto.
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