Mali confirma que houve troca presos em libertação de refém francês

Paris/Bamaco, 12 dez (EFE).- O ministro da Justiça do Mali, Mohammed Ali Bathily, confirmou nesta sexta-feira que a libertação ex-refém francês Serge Lazarevic, sequestrado em novembro de 2011 pela Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) no nordeste do país, foi resultado de uma troca com quatro presos jihadistas.

Ali Bathiliy disse à emissora “France 24” que “as circunstâncias” e “a realidade” da negociação obrigaram a proceder dessa maneira, e apontou que as autoridades malinesas têm como política “salvar a vida” dos reféns, mesmo que isso implique uma troca de presos.

“Toda vez que inocentes forem ameaçados de morte e que pudermos fazer algo a respeito, vamos fazer”, garantiu o ministro. Segundo ele, apesar de polêmicas, essas decisões têm “como benefício manter mais uma vez a boa cooperação” de seu país com a França.

Enquanto Bathily confirmava em Paris o que em Bamaco era sigilo, e que as autoridades francesas não confirmaram, o presidente malinês, Ibrahim Boubacar Keita, mantém silêncio perante os repetidos pedidos para que dê explicações.

Os jihadistas libertados são Mohammed Aly Ag Wadoussene, Haiba Ag Acherif, Oussama Ben Gouzzi e Habib Ould Mahouloud, todos vinculados à AQMI e supostos autores de graves violações aos direitos humanos.

Moctar Mariko, presidente da Associação Malinesa de Direitos Humanos, e Bintu Founé Samaké, da Mulheres pela Lei e o Direito, pediram nesta quarta-feira explicações ao Executivo de Bamaco, que negociou sua libertação com o de Paris e com representantes da AQMI.

“Estas pessoas danificaram a República e cometeram graves violações, temos o direito de saber”, disse Mariko em entrevista coletiva .

O caso de Mohammed Aly Ag Wadoussene gerou uma indignação em particular. Desertor da Guarda Nacional malinesa em 2009, fugiu da prisão em julho de 2014, matando um guarda durante a fuga.

Depois da libertação de Lazarevic na terça-feira, o último francês sequestrado no exterior, três reféns europeus ainda estão em mãos de grupos jihadistas no Mali.

Segundo confirmaram à Agência Efe fontes tuaregues no norte do Mali, o holandês Sjaak Rijke, o britânico Stephen Malcolm (também com passaporte sul-africano) e o sueco Johan Gustafsson estão retidos em algum lugar do norte do Mali, onde passaram por diferentes esconderijos desde que foram sequestrados há três anos em Timbuktu. EFE