“Máquina Verde do Bronx” semeia esperança em escolas marginalizadas dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 28/11/2014 11h30
  • BlueSky

Teresa Bouza.

San Francisco, 28 nov (EFE).- Stephen Ritz lidera uma revolução verde no bairro nova-iorquino do Bronx com um programa para plantar hortas em colégios e “cultivar” jovens saudáveis, com réplicas na Califórnia, Flórida, México e Colômbia.

Ritz e seus estudantes já colheram 13.620 quilos de verduras em escolas e outros espaços interiores do Bronx através do projeto Green Bronx Machine (“Máquina Verde do Bronx”).

“O que gosto de dizer é que, 13.620 quilos de hortaliças depois, minha colheita favorita são os cidadãos que terminaram seus estudos e passaram a fazer parte da classe média”, disse à Agência Efe Ritz, que participou da conferência sobre Inovação Social que aconteceu na semana passada em um hotel do Vale do Silício, na Califórnia.

Professor especializado em educação de crianças com problemas e incapacitados, Ritz assegura que sua missão é a de amar seus estudantes até que estes aprendam a amar a si mesmos.

“Planta a planta, estudante a estudante, rua a rua, estamos criando uma mudança intergeracional totalmente transformadora”, comentou Ritz, que se vangloria de “cultivar” seres humanos no sul do Bronx.

O programa, que começou há pouco mais de uma década entre crianças problemáticas do primário e do ensino médio, conseguiu que as taxas de presença escolar subissem de 40% a 90% e que 100% dos estudantes participantes terminem seus estudos.

“Atualmente temos 300 estudantes em uma escola no Bronx participando do programa e expandimos nossa presença a outras partes dos Estados Unidos, de Boston até a Flórida, passando por Washington e Dakota do Norte”, contou Ritz.

As hortas são plantadas em torres verticais desenhadas para interiores e uma vez cultivadas são cozidas e comidas nas aulas, distribuídas entre as crianças para que as levem para casa e também são vendidas.

“Utilizamos essas torres jardins para criar meninos saudáveis e inspirá-los para que tenham uma vida saudável todo o ano”, explicou o professor do Bronx, que lamenta a epidemia de obesidade que sofrem os jovens que vivem nos bairros mais pobres dos Estados Unidos.

O programa, acrescentou Ritz, ajuda também a que as crianças não se envolvam em problemas.

“O fato de as crianças estarem em uma sala de aula ao invés da rua é bom para todos”, assegurou o professor, que comemora que entre seus alunos estejam jovens que há alguns anos vendiam crack e heroína e agora vendem alfaces e pepinos.

“Todos nos beneficiamos quando as crianças vendem menos crack e mais pepinos”, ponderou Ritz, garantindo que “é mais fácil criar meninos saudáveis que tentar endireitar homens quebrados e doentes”.

O professor não esconde o orgulho por ver o programa se estendendo também para lugares fora dos Estados Unidos, como Cidade do México e Medellín.

“Estamos encantados por termos nos associado com o Instituto Thomas Jefferson da Cidade do México”, disse o fundador da Máquina Verde do Bronx, destacando que a ideia é iniciar a ideia de vida saudável e escolas sustentáveis no México.

“E também estamos em Medellín. Sí, se puede”, brincou Ritz em espanhol, em alusão ao lema “Yes, we can” (“Sim, nós podemos”) usado na primeira campanha eleitoral do presidente Barack Obama. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.