Maratona de Nova York e a celebração de uma cidade e um espírito
Mario Villar.
Nova York, 31 ago (EFE).- A Maratona de Nova York é a corrida de rua mais conhecida do mundo e uma das mais prestigiadas entre os atletas, mas para a diretora da prova, Mary Wittenberg, ela é principalmente uma celebração da cidade e de seus moradores, e da vontade de superação de todos os competidores.
“Em Nova York não importam os recordes, nos importa o esforço”, explicou Wittenberg em entrevista à Agência Efe.
A principal responsável pela prova, que neste ano será realizada no dia 2 de novembro, afirmou que o objetivo número um da maratona é “ajudar e inspirar as pessoas” através do atletismo.
“Parte da magia da maratona é que reunimos os melhores do mundo com pessoas de todas as idades, capacidades e procedências, que têm o mesmo grande sonho de correr uma maratona nas ruas de Nova York”, explicou.
Para a organização, “esses sonhos são exatamente iguais em importância aos dos corredores de elite, que disputam o lugar mais alto do pódio”.
Wittenberg, atleta amadora em sua juventude, defende esse espírito não profissional do esporte apesar de dirigir desde 2005 uma organização, New York Road Runners, que com 40 mil membros e mais de 100 eventos, movimenta a cada ano milhões de dólares.
Nesse tempo, ela pôde viver vários momentos memoráveis, entre os quais destaca a participação, em 2010, do minerador chileno Edison Peña, que completou o percurso poucos meses após ficar 70 dias debaixo da terra com 32 companheiros de trabalho devido ao desmoronamento que fechou o acesso à mina San José.
Também ficou em suas lembranças a imagem da britânica Paula Radclife com sua filha nos braços na comemoração de seu retorno triunfal em 2007, dez meses após dar à luz.
Mas a primeira coisa que lhe vem à mente quando pensa em bons momentos da prova é a última edição, poucos meses depois do atentado terrorista à maratona de Boston e após a suspensão da prova em 2012 pelo furacão “Sandy”.
“Foi uma celebração especial para a cidade e para a maratona depois da tragédia de Boston, do furacão. Realmente me dei conta do quão especial ela é para as pessoas”, contou.
Para ela, tratou-se, além disso, de um alívio, depois do mal estar que passou um ano antes, quando sua gestão foi muito criticada por esperar até o último instante para cancelar a prova em uma cidade devastada por “Sandy”, que deixou dezenas de milhares de pessoas desabrigadas e a muitas áreas sem serviços básicos.
“Olho para trás e sei que estávamos tentando fazer o melhor para a cidade e para os corredores. Estou feliz porque pudemos retornar e ter de novo as pessoas correndo e ajudando-se uns aos outros”, afirmou Wittenberg.
Apesar se sentir “cômoda” com o tamanho atual da prova – em 2013 completaram a prova mais de 50 mil pessoas -, ela não descarta que a maratona continue crescendo, embora sempre com cautela.
“É mais importante ser a melhor maratona do mundo do que a maior. Portanto somos muito cuidadosos”, explicou Wittenberg.
“Nosso objetivo número um é ser um modelo para outras organizações e cidades, portanto realmente incentivamos as pessoas a correr durante todo o ano”, finalizou. EFE
mvs/id
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