“Marchas da morte”, o início do fim de Auschwitz, completam 70 anos

  • Por Agencia EFE
  • 17/01/2015 09h30
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Varsóvia, 17 jan (EFE).- Neste sábado completa 70 anos que os alemães começaram a evacuar o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau diante do avanço as tropas aliadas, e entre 17 e 21 de janeiro de 1945 transferiram para outros campos cerca de 56 mil prisioneiros em exaustivas marchas em que pelo menos 9 mil pessoas morreram.

No próximo dia 27 representantes de 28 países, com vários chefes de Estado e de governo à frente junto de 300 sobreviventes dos campos, se reunirão no museu estadual de Auschwitz-Birkenau para comemorar o 70º aniversário da libertação do campo pelas tropas soviéticas.

A evacuação de Auschwitz começou a ser preparada no final de 1944, pouco depois de as forças soviéticas liberarem o primeiro campo de concentração grande da Polônia: o de Majdanek, perto de Província de Lublin, onde se estima que 200 mil pessoas podem ter sido assassinadas.

Em janeiro de 1945 as autoridades nazistas deram a ordem de transferir a maioria dos prisioneiros de Auschwitz diante da proximidade do exército soviético, e em 17 de janeiro partiram as primeiras colunas formadas unicamente por pessoas saudáveis capazes de resistir aos penosos deslocamentos, em alguns casos a pé, que hoje são conhecidos como “marchas da morte”.

Sob o frio, com neve e sem alimentos nem abrigo essas colunas chegaram a percorrer até 250 quilômetros.

Embora os números oficiais falem de nove mil vítimas nestas caminhadas, alguns historiadores elevam esse número para 15 mil presos, mortos de frio, fome, esgotamento ou fuzilados pelos guardas alemães.

Um dos piores massacres aconteceu na noite de 21 de janeiro na estação ferroviária de Leszczyn, perto de Rybnik, no sudoeste da Polônia, onde ordenaram descer dos vagões 2.500 prisioneiros que eram transportados em um comboio.

Extenuados, alguns não foram capazes de sair do trem, o que fez os soldados nazistas decidissem metralhar os vagões, matando 300 pessoas antes de transferir o resto para o oeste.

Ao longo da rota destas marchas foram enterrados centenas de presos, e poucos sortudos conseguiram escapar e foram escondidos por aldeães poloneses ou tchecos até a chegada dos aliados.

Em Auschwitz ficaram apenas sete mil prisioneiros famintos e extremamente exaustos, que dias depois da partida de seus companheiros deram as boas-vindas às tropas soviéticas que libertaram o campo em 27 de janeiro de 1945.

Quando os soldados soviéticos entraram no campo encontraram muitos dos pertences das vítimas, centenas de milhares de roupas, cerca de 800 mil vestidos e mais de seis toneladas de cabelo humano.EFE

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