Até onde vai o politicamente correto no campo étnico?
“Até onde vai o politicamente correto no campo étnico?”, questiona Marco Antonio Villa em seu comentário final ao Jornal da Manhã nesta segunda-feira (4).
A atriz e cantora Fabiana Cozza tinha sido escolhida para interpretar Ivone Lara em musical que está sendo preparado. Quando ela foi escolhida, criou-se um barulhão no Rio de Janeiro porque ela não seria negra como Ivone Lara.
Agora há um corte de pigmentos para determinar quem é negro ou não no Brasil, diz Villa. A mãe de Fabiana é branca e o pai é negro. Sua escolha encontrou uma enorme resistência do chamado ativismo negro
A ativista Stephanie Ribeiro disse a O Globo: “É a lógica racista de não escolher uma pessoa negra de pele mais escura. Isso reforça o embranquecimento de pessoas negras (nas artes) historicamente”. “Olha a bobagem”, diz Villa.
“Renuncio por ter dormido negra numa terça-feira e numa quarta, após o anúncio do meu nome como protagonista do musical, acordar ‘branca’ aos olhos de tantos irmãos”, desabafou Fabiana.
Alguns ativistas determinam quem deve ou não estrelar o musical. Alguns ativistas determinam as piadas. E as pessoas abaixam a cabeça e aceitam. No caso da suposta negritude, é uma picaretagem terrível, afirma.
Há uma faixa do movimento que diz: “miscigenação também é genocídio”.
Fizeram com que o feriado de 13 de maio, data tão importante na história no Brasil, produto de amplo movimento de massas, fosse esquecido, destacou Villa. E transformaram a ficção do Quilombo de Palmares no Dia Nacional da Consciência Negra.
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