Busca por vices mostra cenário de crise profunda de lideranças políticas
Neste sábado (28), diversos partidos realizam convenções para definir nomes que disputarão as próximas eleições. Apesar de alguns candidatos já serem conhecidos, algo que chama a atenção é a dificuldade que estes presidenciáveis vêm apresentando para conseguir definir quem serão os vices em suas chapas.
O problema da consolidação das candidaturas e das alianças dificulta ainda mais esse processo. Com isso, cresce o número de opções de fora do espectro político. Até o momento, empresários, príncipes, astronautas e atores já foram cogitados para a função por Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin e Marina Silva.
É uma brincadeira. Nós estamos em um cenário de uma crise profunda de lideranças políticas e isso se reflete no processo eleitoral.
Pode entrar uma ex-guerrilheira, um ex-militar da reserva, pode entrar qualquer um. Eu acho que isso é tergiversar da questão central, que é a falta de quadros competentes na política nacional. Não é um problema que algum militar da reserva faça parte da política. Para mim, não há diferença entre militares e civis, desde que os militares não estejam na ativa.
No fundo, essa é uma falsa questão. A verdade é que existe a ausência de quadros, o medo que as pessoas boas têm de participar da política, porque, no Brasil, política virou sinônimo de corrupção.
Eleição em São Paulo
A disputa no Estado de São Paulo vai ser, insisto, entre Doria e Skaf.
O Doria tem uma rejeição em SP por ter saído da Prefeitura mesmo depois de ter assumido o compromisso de ficar os quatro anos. Ele pode ter suas razões, mas o eleitor pensa de uma outra forma.
Já o Skaf tem por trás toda a estrutura da Fiesp e conseguiu consolidar uma figura. Já é a terceira vez que é candidato, tem se consolidado especialmente na área de educação e agora colocou um pé na área de segurança com a indicação de sua vice, uma tenente-coronel da Polícia Militar de SP.
O Márcio França está só observando para ver quem irá apoiar no segundo turno.
Tenho absoluta certeza de duas coisas: primeiro, haverá segundo turno. 2006, 2010 e 2014 não houve, mas dessa vez haverá.
Segundo: França vai apoiar o Skaf no 2° turno. O Pt vai apoiar também, mas indiretamente.
Então, o quadro indica que o Doria vence no primeiro turno em SP, mas terá muita dificuldade no 2° turno contra o Skaf.
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