Fala de Temer sobre Lula: a idiotia tomou conta da República
Em participação no Jornal da Manhã deste sábado (20), Marco Antonio Villa comentou as principais notícias do dia.
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Sobre o anúncio da pré-candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello ao Planalto, Villa opina que o ex-presidente não tem “nenhuma viabilidade”, por não participar da vida política nacional atual e estar em um partido pequeno.
Para Villa, a jogada de Collor, se de fato for candidato (o que o comentarista acredita que sequer ocorrerá) é se lançar para a próxima eleição, de 2020, quando tentará manter sua cadeira no Senado.
Temer
Villa também comentou a entrevista de Michel Temer à Folha de S. Paulo em que o peemedebista diz que não vai deixar a Presidência “com essa pecha de um sujeito que incorreu em falcatruas”.
O comentarista lembra que “entre a fala dele e o que ele deseja ser, há duas denúncias muito graves”. “Não é a fala que vai mudar os fatos”, disse.
O historiador cita também as “acusações que envolvem o porto de Santos e outros ilícitos”.
“Pelo cenário atual, Michel Temer está entrando pela porta dos fundos da história”, decreta Villa.
O comentarista destacou a gravação de Joesley Batista do presidente no Palácio do Jaburu, com indícios de crimes cometidos por Temer, e a filmagem do ex-auxiliar do presidente, Rodrigo Rocha Loures, com a mala de R$ 500 mil entregue pela JBS.
“Só isso em outros momentos da história derrubariam o presidente da República”, avaliou. Para Villa, Temer “só permaneceu porque a oposição era de um PT que acabara de destruir a economia e o Estado brasileiro”.
“Na avaliação da conjuntura de uma história imediata, ele sai muito mal na foto”, entende o comentarista.
Julgamento de Lula
Sobre o julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode torná-lo inelegível e ocorre na próxima semana, Villa ponderou os cenários.
Se a condenação do petista for mantida por um placar de 2 a 1 (são três desembargadores que o julgam), isso poderia arrastar o processo com recursos, participação de mais julgadores (da 9ª Turma do TREF4) e eventuais pedidos de vistas. “Seria o caos político”, diz Villa.
Agora, “se for 3 a 0″ pró-condenação, “o Brasil segue o seu caminho”, entende o comentarista. Apesar de eventuais embargos declaratórios, o julgamento do ex-presidente seguiria “relativamente rápido”. “Esse seria o melhor caminho para o Brasil”, opinou.
“Acho impossível ocorrer a absolvição”, disse.
Temer x Lula
Villa, por fim, comentou a fala de Temer na mesma entrevista à Folha sobre o julgamento de Lula. Para o atual presidente, “se o Lula participar (das eleições), será uma coisa democrática, o povo vai dizer se quer ou não”.
“Convenhamos, se fosse derrotado politicamente, é melhor do que ser derrotado (na Justiça) porque foi vitimizado. A vitimização não é boa para o país e para um ex-presidente”, disse Temer.
Villa observa: “Temer é um jurista e quer que um criminoso participe do processo eleitoral”. “Isso é uma vergonha para os juristas”, diz Villa, “como se as urnas fossem critério para condenação e absolvição”.
Para o comentarista, o discurso que o PSDB também repete de “vamos vencê-lo (Lula) nas urnas” “está fazendo o discurso do PT, como se o processo fosse para impedi-lo de participar das eleições”.
“A idiotia tomou conta da República”, diz Villa sobre o caso.
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