Fala de Temer sobre Lula: a idiotia tomou conta da República

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2018 11h37 - Atualizado em 20/01/2018 11h39
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Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr - 01/01/2011 Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr - 01/01/2011 Michel Temer ao lado de Dilma Rousseff e Lula na posse da ex-presidente

Em participação no Jornal da Manhã deste sábado (20), Marco Antonio Villa comentou as principais notícias do dia.

Ouça:

Sobre o anúncio da pré-candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello ao Planalto, Villa opina que o ex-presidente não tem “nenhuma viabilidade”, por não participar da vida política nacional atual e estar em um partido pequeno.

Para Villa, a jogada de Collor, se de fato for candidato (o que o comentarista acredita que sequer ocorrerá) é se lançar para a próxima eleição, de 2020, quando tentará manter sua cadeira no Senado.

Temer

Villa também comentou a entrevista de Michel Temer à Folha de S. Paulo em que o peemedebista diz que não vai deixar a Presidência “com essa pecha de um sujeito que incorreu em falcatruas”.

O comentarista lembra que “entre a fala dele e o que ele deseja ser, há duas denúncias muito graves”. “Não é a fala que vai mudar os fatos”, disse.

O historiador cita também as “acusações que envolvem o porto de Santos e outros ilícitos”.

“Pelo cenário atual, Michel Temer está entrando pela porta dos fundos da história”, decreta Villa.

O comentarista destacou a gravação de Joesley Batista do presidente no Palácio do Jaburu, com indícios de crimes cometidos por Temer, e a filmagem do ex-auxiliar do presidente, Rodrigo Rocha Loures, com a mala de R$ 500 mil entregue pela JBS.

“Só isso em outros momentos da história derrubariam o presidente da República”, avaliou. Para Villa, Temer “só permaneceu porque a oposição era de um PT que acabara de destruir a economia e o Estado brasileiro”.

“Na avaliação da conjuntura de uma história imediata, ele sai muito mal na foto”, entende o comentarista.

Julgamento de Lula

Sobre o julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode torná-lo inelegível e ocorre na próxima semana, Villa ponderou os cenários.

Se a condenação do petista for mantida por um placar de 2 a 1 (são três desembargadores que o julgam), isso poderia arrastar o processo com recursos, participação de mais julgadores (da 9ª Turma do TREF4) e eventuais pedidos de vistas. “Seria o caos político”, diz Villa.

Agora, “se for 3 a 0″ pró-condenação, “o Brasil segue o seu caminho”, entende o comentarista. Apesar de eventuais embargos declaratórios, o julgamento do ex-presidente seguiria “relativamente rápido”. “Esse seria o melhor caminho para o Brasil”, opinou.

“Acho impossível ocorrer a absolvição”, disse.

Temer x Lula

Villa, por fim, comentou a fala de Temer na mesma entrevista à Folha sobre o julgamento de Lula. Para o atual presidente, “se o Lula participar (das eleições), será uma coisa democrática, o povo vai dizer se quer ou não”.

“Convenhamos, se fosse derrotado politicamente, é melhor do que ser derrotado (na Justiça) porque foi vitimizado. A vitimização não é boa para o país e para um ex-presidente”, disse Temer.

Villa observa: “Temer é um jurista e quer que um criminoso participe do processo eleitoral”. “Isso é uma vergonha para os juristas”, diz Villa, “como se as urnas fossem critério para condenação e absolvição”.

Para o comentarista, o discurso que o PSDB também repete de “vamos vencê-lo (Lula) nas urnas” “está fazendo o discurso do PT, como se o processo fosse para impedi-lo de participar das eleições”.

“A idiotia tomou conta da República”, diz Villa sobre o caso.

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