Uma sociedade de criminosos e celerados: o bandido de hoje salva o bandido de amanhã
Marco Antonio Villa comentou as principais notícias deste sábado (14) no Jornal da Manhã.
Lúcio Funaro disse que o amigo de o presidente Michel Temer, José Yunes, sabia que dinheiro que recebeu era propina. Em depoimento de delação gravado em vídeo, Funaro afirmou que Yunes, ex-assessor especial de Temer, tinha certeza que a caixa entregue continha dinheiro.
Os escriórios de Cunha, Funaro e Yunes seriam todos próximos. “É muito estranho um quadrilátero na rua pedroso alvarenga com escritórios de (Eduardo) Cunha, Funaro, yunes”, diz Villa. “Até a proximidade geográfica parece que facilitava”.
“E, ao que tudo indica, eram negócios poucos republicanos”.
“Temer já tinha problemas no Porto de Santos”, lembra Villa. “Há políticos muito enrolados com esquema ali. Valdemar da Costa Neto, já condenado, e o então deputado federal Michel Temer, hoje presidente da República, dizem que tinha seu naco naquele porto pelo qual passa tráfico de drogas, armas e outros ilícitos”.
“Mas dá um dinheiro… tem gente que levanta de propina R$ 1 milhão por mês somente do porto”.
“E há a questão de Rodrimar e do coronel Lima, que a imprensa revela que seria um laranja, um testa-de-ferro de Michel Temer”.
“Queríamos estar discutindo questões sociais., econômicas”, diz Villa. “Mas esta é a elite política da história brasileira mais corrupta das últimas décadas”
No começo do governo, Michel Temer deu declarações públicas, entrevistado inclusive pela Jovem Pan, dizendo que colocaria um ministério de notáveis.
Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, dono do PRB e ligado à Igreja Universal, foi gravado negociando propina com Joesley Batista. “O presidente deveria demiti-lo imediatamente”, diz Villa. “Não! Pereira tomou licença, porque sabe que o caso vai cair no esquecimento”.
Villa diz que Temer terceirizou a gestão econômica, que tem sido decentes. E é isso que o segura.
Mas no fundo é um “governo assolado por corrupção que se sustenta em base corrupta da Câmara”.
Senado
Na próxima terça-feira, o Senado deve votar se mantém ou não o afastamento de Aécio Neves. “É um debate que nem deveria acontecer”, diz Villa.
“A grande questão era que cada eleitor de cada uma das 27 unidades da Federação cobre de seu senador que ele fale em quem vai voltar”. Marta Suplicy, José Serra e Airton Sandoval são os representantes paulistas.
“Querem esconder porque é uma maracutaia”, diz Villa. “Essa votação tem que ser aberta”.
“Há uma clara tentativa der salvar Aécio”.
“É uma sociedade de criminosos e celerados – o bandido de hoje salva o bandido de amanhã”.
Juiz proíbe em liminar votação secreta do Senado sobre afastamento de Aécio Neves
“O pessoal da Lava Jato quer o voto fechado porque sabe que amanhã pode ser eles”.
Ele ressalta no entanto que, “com a pressão da sociedade, é mais provável que o voto seja aberto”.
Battisti
Villa diz que “acha até bom” liminar que suspendeu possível extradição de Cesare Battisti, para que a questão seja discutida no STF e “ficar bem transparente”.
Battisti foi condenado por prisão perpétua por quatro assassinatos na Itália. Tarso Genro, então ministro da justiça de Lula, articulou saída para dar status de refugiado ao italiano.
Lula reconheceu Battisti e lhe deu asilo em seu último dia de governo.
Orientado por advogado, Battisti arrumou namorada brasileira e teve um filho. Tentou fugir para Bolívia, foi preso e se justificou dizendo que tinha ido comprar vinho. Ele tentava ir para o país do Evo Morales.
Ele comemorou a libertação de forma irônica tomando cerveja. Duas vezes entrevistado, se disse tranquilo.
“Não é possível brasil dar status de refugiado político a terrorista condenado por quatro homicídios”, diz Villa.
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