Marroquinos que se beijaram em público são condenados a 4 meses de prisão
Rabat, 19 jun (EFE).- O Tribunal de Primeira Instância de Rabat condenou nesta sexta-feira a quatro meses de prisão dois homens marroquinos acusados de “homossexualismo e obscenidade” por se beijar perto de um emblemático monumento da capital.
Segundo informou nesta sexta-feira à Agência Efe a advogada de defesa, Jadiya Rogani, Lahcen e Mohsine também foram condenados a pagar uma multa de 500 dirhams (cerca de 48 euros).
Os dois homens foram detidos em 3 de junho na esplanada Da Torre Hassan, um dia depois que duas ativistas francesas do movimento feminista Femen tirassem uma foto nesse mesmo lugar nuas da cintura para em cima e com palavras de ordem contra a homofobia.
No entanto, fontes ligadas ao caso afirmaram que a presença dos dois homens na Torre Hassan não teve qualquer relação com a ação de Femen e se tratou de uma simples coincidência.
As fontes indicaram que Lahcen e Mohsine tinham previsto comparecer a um concerto em Rabat, no marco do festival Mawazine, o mais popular do país, e decidiram se aproximar da Torre Hassan e tirar uma foto juntos.
Os relatórios policiais apontam que ambos foram detidos quando se beijavam em “flagrante delito” e foram denunciados pelos artigos 483 (ultraje contra o pudor) e 489 (que criminaliza o homossexualismo).
A defesa dos dois acusados negou o tempo todo a existência de um “flagrante delito”, e os condenados admitiram durante o processo que se conheciam, mas negaram ter uma relação sexual.
Além disso, os dois homens asseguraram que as confissões que assinaram foram realizadas sem que a Polícia os deixasse ler o documento.
O homossexualismo não só é castigado penalmente no Marrocos, mas além disso é motivo de uma grande reprovação social, como no resto do mundo muçulmano. EFE
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