Marroquinos são detidos por comer em público dia durante o Ramadã
Rabat, 7 jul (EFE).- Cinco marroquinos foram detidos na segunda-feira em Marrakech, no sul do país, por comer em público em pleno dia durante o mês de jejum do Ramadã, informaram nesta terça-feira à Agência Efe fontes de direitos humanos.
O representante da Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH) em Marrakech, Omar Arbib, explicou que os cinco jovens foram detidos na turística praça de Yamaa Lafna enquanto tomavam um suco em um dos postos da praça, como fazem os turistas.
A atitude dos jovens, que foram colocados à disposição policial à espera de comparecer perante a Promotoria, despertou a indignação dos visitantes da praça que se aproximaram deles e os lembraram que não deveriam comer em público durante o Ramadã.
Perante a recusa dos jovens, que alegavam estar no meio de uma viagem (e o islã permite que os viajantes não jejuem), as pessoas avisaram a polícia, que se deslocou até o local, e ao revistá-los descobriu que um apresentava sintomas de embriaguez e outro levava uma quantidade de drogas com ele.
A fonte explicou que o caso dos cinco jovens -um deles é filho de um alto responsável de segurança e outros filho de um parlamentar- se complicou pelo fato de que podem ser acusados de “embriaguez em público e posse de droga”.
O artigo 222 do Código Penal marroquino castiga com penas de entre 1 e 6 meses de prisão, mais uma multa, “todos os indivíduos notoriamente conhecidos por sua filiação ao Islã que rompam ostensivamente com o jejum em um lugar público durante o Ramadã”.
Durante este mês, um muçulmano não pode comer, beber, fumar ou manter relações sexuais desde a alvorada até o crepúsculo, e a proibição religiosa costuma estar acompanhada de sanções legais nos países muçulmanos. EFE
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