Mensalão mineiro se livra do Supremo Tribunal Federal com medida política

  • Por Jovem Pan - Brasília
  • 28/03/2014 11h49
BRASILIA,DF, BRASIL, 07-11-2012, A Câmara dos Deputados aprovou os projetos: PL 84/99 do Dep. Eduardo Azeredo (foto) (PSDB/MG) e o PL 2126/11, do Dep. Paulo Teixeira (PT/SP) contra crimes cibernéticos e que regulamentam o uso da internet no Brasil. (Foto: Sergio Lima/Folhapress, PODER). Sérgio Lima/Folhapress Eduardo Azeredo renuncia ao mandato de deputado

O Supremo Tribunal Federal resolveu remeter o caso do mensalão mineiro (ou mensalão tucano) para a primeira instância da Justiça de Minas Gerais, nesta quinta-feira. Quando Eduardo Azeredo, do PSDB, pivô do escândalo, renunciou ao mandato de deputado federal, perdeu o foro privilegiado, o direito de ser julgado diretamente na instância máxima do Judiciário, sendo assim tomada a decisão técnica.

A primeira impressão que se tem é que o STF tratou de maneira diversa o mensalão tucano e o mensalão petista. Em ambos, personagens muito parecidos estão por trás, inclusive Marcos Valério. A decisão não foi boa para a imagem do Supremo. Até porque a pessoa mais leiga não tem a necessidade de saber das tecnicidades da lei e vê um político tratado com dureza em brasília e o outro se aproveitando da lentidão burocrática do processo em primeira instância

A segunda consequência é que o PSDB não vai sofrer eleitoralmente pelo processo do mensalão tucano. Sem estar no Supremo, onde os julgamentos são transmitidos ao vivo e com grande repercussão, a lentidão jurídica deve prevalecer e o caso deve ser finalizado apenas ano que vem.

A terceira medida que pode ser tomada depois da medida é que o STF percebeu que tal caso, em que a renúncia política se torna apenas um instrumento político, não pode se repetir. O Supremo começou a discutir ainda ontem a criação de uma jurisprudência para casos como esses. Quando o Ministério Público oferecesse a denúncia, o caso ficaria no Supremo, não importa se o político renunciar ou não. A decisão será tomada na semana que vem.

É uma chance de aperfeiçoar a justiça brasileira. Mas por que isso não foi feito antes, questiona o comentarista Fernando Rodrigues.

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